Postado em sábado, 8 de fevereiro de 2020
às 17:05
A luta contra os fraudadores de cotas raciais nas universidades públicas
Loira, de cabelos lisos, com a pele branca e os olhos verdes, uma das estudantes aprovadas no curso de Química da UFRJ justificou sua entrada pelo sistema de cotas raciais dizendo "se considerar parda" e ser de uma família de negros.
Outros alunos brancos, já avançados no curso de Medicina da Unicamp, faziam até deboche e contavam piadas para colegas sobre o fato de terem passado no vestibular se valendo das cotas — cujo objetivo é reduzir a desigualdade racial.
Negros ainda são sub-representados nas universidades públicas brasileiras, compondo 50,3% dos alunos, apesar de corresponderem a 55,8% da população, segundo dados do IBGE em 2018.
Diversas universidades públicas estão recebendo e investigando denúncias sobre alunos que tentaram driblar o sistema.
Só na UFRJ já foram 280 denúncias de possíveis fraudes nas cotas raciais desde a implantação do sistema. Segundo a universidade, dos 186 já analisados, 96 foram considerados aptos a ocuparem as vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas (PPI).
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