Postado em terça-feira, 22 de outubro de 2019
‘Ovos como arma de guerra’: contra especulação, venezuelanos criam campanha nacional de boicote
Segundo economista Manuel Sutherland, ovo é o verdadeiro termômetro da economia venezuelana, até mais que o dólar, já que a produção sempre foi nacional.
Os efeitos da crise econômica na Venezuela são sentidos diariamente na economia doméstica do país. Os preços dos alimentos dispararam nos últimos meses, impedindo que os trabalhadores comuns tenham acesso a alguns produtos.
Um exemplo disso são os ovos de galinha, a proteína mais popular do país, que converteu-se um produto para poucos - já que que custa quase um terço do salário mínimo, atualmente em 150 mil bolívares (R$ 35). A depender de onde se compra, a dúzia de ovos custa entre 35 mil bolívares (R$ 10) e 50 mil (R$ 11,25).
O valor está acima da média de preços cobrados nos Estados Unidos (R$ 4,60) e no Brasil (R$ 7). Na equação, é preciso levar em conta que os custos (salário, produção, transporte, gasolina, água, luz e telefone) são 90% mais baixos na Venezuela do que em comparação com os países da região.
Para alguns cidadãos venezuelanos, como o professor aposentado Saul Molina, os “ovos são a nova arma de guerra na Venezuela”. Residente do estado venezuelano de Táchira, na fronteira com a Colômbia, Saul conta que os comerciantes inclusive marcam os preços em moedas estrangeiras e em alguns casos até se recusam a aceitar a moeda local, o bolívar, o que é ilegal.
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