Postado em sábado, 5 de outubro de 2019
às 10:01
Como os frigoríficos brasileiros incentivam o desmatamento da Amazônia
Levantamento revela exemplos de como fazendeiros multados por crimes ambientais conectam o desmatamento e as queimadas a frigoríficos com alcance mundial.
Grandes frigoríficos brasileiros que atuam tanto no mercado doméstico como no internacional compram gado de pecuaristas multados em regiões campeãs de desmatamento, e que hoje estão no epicentro das queimadas na Amazônia.
Uma das etapas do desmatamento, o fogo é usado para abrir espaço para as pastagens – como vem sendo reconhecido inclusive por autoridades das áreas afetadas. “É queimada de floresta para fazer pasto”, declarou o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), sobre os incêndios recentes no estado. Nove em cada dez focos de incêndio em áreas destinadas ao agronegócio aconteceram em pastagens para a criação de gado, segundo cálculos do Greenpeace com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Uma prova da relação entre desmatamento, queimadas e pecuária é a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no Pará, unidade de conservação com o maior número de focos de incêndio registrados este ano. Os dois municípios que abrangem seu território, São Félix do Xingu e Altamira, ocupam, respectivamente, a 1ª e a 3ª posição no ranking dos campeões de queimadas. São Félix do Xingu tem o maior rebanho bovino do Brasil (2,2 milhões de cabeças de gado, de acordo com dados do IBGE de 2017).
Foi justamente nessa região que a Repórter Brasil identificou dois exemplos de como fazendeiros autuados por crimes ambientais conectam o desmatamento e as queimadas na Amazônia a empresas processadoras de carne com alcance mundial.
Um dos casos envolve o pecuarista Adriano José de Mattos. Em janeiro de 2019, fiscais do Ibama identificaram animais de sua propriedade pastando em uma área de 106 hectares derrubada ilegalmente dentro da APA. O local já havia sido embargado por desmatamento ilegal três anos antes. Segundo a fiscalização, a Fazenda Limeira, propriedade de Mattos distante três quilômetros dali, servia como base operacional para a exploração daquela área.
[CLIQUE AQUI E CONTINUE LENDO A REPORTAGEM NO SITE REPÓRTER BRASIL]
COMENTÁRIOS