Postado em sexta-feira, 21 de junho de 2019
às 11:41
Indígenas brigam para serem ouvidos sobre obra prometida por Bolsonaro
O governo Jair Bolsonaro finaliza os preparativos para sua maior - e mais controversa - intervenção na Amazônia até agora: a construção de uma linha de energia para ligar Boa Vista a Manaus, que deve atravessar 121 km da Terra Indígena Waimiri Atroari, onde vivem 2.129 pessoas.
O objetivo da obra, chamada de Linhão de Tucuruí, é conectar Boa Vista ao sistema interligado nacional - que permite a transferência de energia de um ponto a outro do país. É a única capital brasileira que não faz parte do sistema. A obra foi licitada em 2011, durante o primeiro governo de Dilma Rousseff, e é considerada prioritária pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Porém, representantes dos waimiri atroari dizem que os indígenas não foram ouvidos previamente sobre as obras em seu território. Argumentam que o traçado do linhão foi definido baseado em um sobrevoo na área, sem consultar os indígenas, o que é exigido por uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário.
"Fizeram esse edital (de licitação do linhão), mas se esqueceram de perguntar ao maior interessado, que são os indígenas. O problema todo está aí", afirma o advogado do Programa Waimiri Atroari, Jonas Fontenele. "Não existiu nenhum procedimento de consulta", corrobora o procurador da República Julio José Araujo Junior, que acompanha a questão desde 2012.
Já o governo federal diz que os indígenas estão sendo ouvidos na preparação dos estudos ambientais - que está em andamento.
[LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NO SITE DA BBC BRASIL]
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