Postado em terça-feira, 21 de maio de 2019
às 11:11
Com 25% da produção nacional, Minas Gerais aposta no queijo como saída para geração de renda
Fortalecimento da indústria e regularização de produtos artesanais são vistos como alternativa de desenvolvimento regional.
O queijo está presente na vida e nas mesas de praticamente todos os brasileiros. Essa iguaria, degustada em todo o mundo e de origem milenar, carrega consigo a identidade culinária mineira por todo o país. Quem pensa em Minas Gerais, logo pensa no queijo e nas delícias que podem ser feitas com ele. O estado é hoje o maior produtor do Brasil, com cerca de 25% da produção nacional. Queijo é sinônimo de tradição, de roça, de vida tranquila, de saúde e de geração de renda para inúmeras famílias. Uma atividade que movimenta, só na indústria, R$ 22 bilhões no país.
A produção do queijo industrial, feito com o leite pasteurizado, movimenta a indústria e permite vendas em regiões mais distantes. Dos queijos tradicionais aos especiais, em Cruzília, uma das cidades do Sul de Minas referência na produção industrial, alguns laticínios chegam a usar mais de 30 mil litros de leite por dia.
A produção do queijo industrial, feito com o leite pasteurizado, movimenta a indústria e permite vendas em regiões mais distantes. Dos queijos tradicionais aos especiais, em Cruzília, uma das cidades do Sul de Minas referência na produção industrial, alguns laticínios chegam a usar mais de 30 mil litros de leite por dia. ado: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salite, Serro e Triângulo Mineiro.
Conforme a Secretaria de Agricultura, por ser um mercado novo, ainda bastante informal, não há dados oficiais de quantos empregos são gerados e qual o volume financeiro movimentado com a produção artesanal de queijos. Mas é sabido que a economia de boa parte dos municípios mineiros é pautada em produtos artesanais, principalmente queijos.
"O Estado vê uma grande importância dos produtos agroartesanais, e aí está principalmente os queijos. Sabemos que o trabalho com os queijos artesanais traz muito desenvolvimento para a região, principalmente desenvolvimento local, regional, você tem uma agregação de valor", diz o superintendente de apoio à agroindústria da secretaria, Gilson Sales.
Consumo ainda é baixo no Brasil
Conforme especialistas, o queijo começou a ser produzido no Brasil anos após o descobrimento, em fazendas comandadas por padres jesuítas. O processo de industrialização se fortaleceu na década de 1950, no governo Getúlio Vargas, no período pós 2ª Guerra Mundial. Apesar da forte presença nos lares brasileiros, o consumo per capita de queijo no Brasil ainda é baixo, se compararmos outros países pelo mundo.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq), hoje o consumo brasileiro é de cerca de 5,5 kg de queijo por habitante no ano. Esse número representa a metade do que é consumido na Argentina, cerca de 11 kg por habitante. Na Grécia, o país onde mais se consome queijos no mundo, o consumo por habitante é de 20 kg anuais.
Em termos de produção, o Brasil fica entre os cinco maiores do mundo, mas aquém de países como os Estados Unidos e da União Europeia. Enquanto a produção no país é de 1,2 milhões de toneladas por ano, nos Estados Unidos, o maior produtor, esse número chega a 5,3 milhões por ano. Em seguida aparece a Alemanha, com 2,2 milhões de toneladas, produção maior até que a da França, que produz 2 milhões de toneladas. A Itália tem o mesmo volume de produção do Brasil.
Todo o queijo que é produzido no Brasil é basicamente para consumo próprio. O volume de exportação é praticamente inexistente. Conforme a associação da indústria, hoje o Brasil mais importa do que exporta queijo. 36 mil toneladas são importadas todos os anos, enquanto apenas 3,6 mil toneladas são exportadas para fora do país.
Os mais vendidos
A muçarela é a queridinha do brasileiro quando se fala em queijo. Segundo a Abiq, 65% dos queijos produzidos no Brasil são de muçarelas. Em seguida aparecem os queijos intermediários, que são os queijos frescos, como o minas frescal, os queijos fundidos, o coalho, o queijo ralado. Outros 9% são dos chamados queijos especiais, como os de mofo branco, azul, gorgonzola, gouda, estepe, entre outros.
Segundo o presidente da Abiq, Fábio Scarcelli, a crise econômica fez com que o consumidor alterasse seu perfil de consumo. Se há 2 anos houve uma grande procura por queijos especiais, hoje o consumidor está em busca de um queijo mais barato no mercado.
“Com a crise, o queijo deu uma desacelerada, mas não deixou de continuar crescendo, o consumo continua crescendo. Há dois anos nós tivemos uma aceleração do perfil de queijos especiais, mas agora, com essa involução da renda, que é um problema muito sério, a crise, o consumidor voltou a buscar um queijo mais barato, mais popular. Por ser um queijo um pouco mais caro, muita gente estava começando a consumir o queijo especial, mas muitos voltaram do provolone, do gongozola, para o minas padrão, para a muçarela, o prato, que são queijos mais baratos", explica o presidente da associação.
FONTE: G1
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