Postado em segunda-feira, 13 de maio de 2019 às 14:53

Contra corte de recursos, alunos e funcionários dão abraço simbólico em IFSM

Funcionários foram trabalhar de preto em protesto ao bloqueio de quase 40% dos recursos das instituições.


Alunos e funcionários do Instituto Federal deram um abraço simbólico na manhã desta segunda-feira (13) nas sedes da instituição em seis cidades do Sul de Minas. Os funcionários foram trabalhar de preto em protesto contra o bloqueio de quase 40% dos recursos para as instituições do Sul de Minas, o que deve impactar cerca de 27 mil estudantes.

A manifestação acontece após várias reuniões em Brasília (DF) com a cúpula do Ministério da Educação. A resposta foi que, por enquanto, a verba segue bloqueada. O reitor e também vice-presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação, o CONIF, participou dos encontros.

"O quanto isso pode nos afetar, principalmente a nossa questão de atendimento às comunidades, as relações de extensão, de pesquisa, nós demonstramos ao ministro a nossa preocupação, ele se mostrou sensível em um primeiro momento e falou que talvez um possível desbloqueio desses valores só venha acontecer somente no segundo semestre em função, muito atrelada à reforma da previdência", disse o reitor do IF Sul de Minas, Marcelo Bregagnoli.

Ele explica que a redução de verbas já vinha acontecendo de forma gradativa, mas esta foi a maior.

"A gente já vinha sofrendo uma restrição orçamentária desde 2015, 2016, principalmente com a aprovação da emenda constitucional 95, principalmente aquele recurso que a gente chama de capital, que é o recurso que a gente usa para novas instalações, prédios, edifícios e aquisição de equipamentos. Então a gente vem sofrendo muito com a redução dessa fonte, mas um bloqueio dessa natureza, como aconteceu desta vez, diretamente no sistema, sem prévio aviso, isso nos deixou totalmente desguarnecido", disse o reitor.

Alunos também estão indignados com o bloqueio e estão preocupados com o quanto o corte pode interferir no futuro deles. Os estudantes deram abraços simbólicos na instituição em Pouso Alegre, Inconfidentes, Carmo de Minas, Três Corações, Machado e Muzambinho.

"Representa o carinho que a gente tem pelo instituto para que ele não acabe, pois querendo ou não é algo muito importante para o nosso futuro", disse o estudante Elias Daniel Camargo.

A estimativa é que o bloqueio anunciado pelo MEC alcance R$ 900 milhões para as instituições de todo o país. No Sul de Minas, o corte de verbas deve ser de cerca de R$ 16 milhões no orçamento anual dos institutos federais.

"Não é só a instituição, é a gente também, é o nosso lugar e a gente não vai deixar que corte a verba, porque a gente precisa para continuar", disse a estudante Ana Elisa Mota.

Os reflexos já começaram a surgir. Neste ano não haverá prova de vestibular para ingressar nos cursos de ensino superior. A seleção será feita exclusivamente pelo Enem. Se nada mudar, outras mudanças podem ocorrer também no próximo ano.

"Esse bloqueio ele passa a valer efetivamente a partir do segundo semestre, apesar de já estar efetivado, mas efetivamente ele entra no segundo semestre, e aquilo que a gente não conseguir planejar, então como a gente já está construindo neste momento o projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual) em 2020, a gente já tem que pensar o que vai ser lá em 2020, então ele vai ter um reflexo ao longo dos anos", completou o reitor.

O que diz o MEC

Em nota, o Ministério da Educação informou que o critério usado para o bloqueio de verbas foi o mesmo para todas as universidades e institutos. E que o corte foi uma necessidade do governo federal para se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ainda segundo o MEC, o bloqueio preventivo incide sobre os recursos do segundo semestre. O ministério informou ainda que o bloqueio pode ser revisto, caso a reforma da previdência seja aprovada e as previsões de melhora da economia do país no 2º semestre se confirmem.

FONTE: G1



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