Postado em quinta-feira, 9 de maio de 2019 às 14:02

Centro Socioeducativo de Passos completa um ano

Sob responsabilidade do Estado, a unidade é a primeira para internação de jovens infratores do Sul e Sudoeste de Minas.


O Centro Socioeducativo de Passos, o primeiro para internação de adolescentes em conflito com a lei do Sul e Sudoeste de Minas, comemora um ano de funcionamento neste mês de maio. Desde sua inauguração, em 3 de maio de 2018, 92 adolescentes cumpriram medidas socioeducativas de internação na unidade. Todos eles passaram por acompanhamento escolar com frequência regular na Escola Estadual Neca Quirino, instalada dentro da unidade. Além do ensino, os adolescentes participam de oficinas de orientação profissional, esporte e cultura, e também recebem acompanhamento pedagógico.

A unidade tem capacidade para atendimento de 40 jovens do sexo masculino, de até 21 anos. Até então, os adolescentes da região eram encaminhados para os centros socioeducativos de Divinópolis, Juiz de Fora e Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo avaliação da Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase), da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), quanto mais próximo do domicílio o adolescente cumprir sua medida socioeducativa, maior será a possibilidade de alcançar o objetivo da ressocialização. A proximidade da família e do local de residência é também uma orientação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

“Trabalhamos para aumentar, cada vez mais, a capilaridade da medida socioeducativa, para que os jovens possam cumpri-la mais próximos de seus familiares. Além disso, essa capilarização fortalece os poderes locais, ofertando mecanismos que podem interromper a trajetória infracional”, explica o subsecretário de Atendimento Socioeducativo, Bernardo Naves.

A unidade tem capacidade para atendimento de 40 jovens do sexo masculino, de até 21 anos (Foto: Divulgação/Sesp)


Desde a inauguração da unidade em Passos, todos os jovens passaram por algum tipo de oficina, seja de esporte, estudo, profissionalização ou lazer. No quesito profissionalização, 58 adolescentes participaram de cursos e oficinas. A gama de serviços aprendidos e habilidades desenvolvidas, que poderão se transformar em oportunidades para quando deixarem os muros do centro socioeducativo, é grande: cuidador de idosos, cabeleireiro, empreendedorismo criativo, redes sociais, bovinocultura – parte da zootecnia especial que trata das técnicas para a criação de bovinos –, introdução ao mundo dos negócios, primeiros socorros, bombeiro hidráulico, elétrica, teatro, corte e costura, informática, além de noções sobre carreira profissional, habilidades emocionais no mercado de trabalho e inteligência emocional.

A diretora da unidade, Kenya Fernandes, faz questão de ressaltar a importância do trabalho de todos para os frutos colhidos durante esse primeiro ano. “Buscamos sempre desenvolver o melhor trabalho de ressocialização para os jovens. Ao longo deste período, além do empenho de toda a equipe, contamos com apoio do município, da rede local e do Poder Judiciário. Em um ano, não tivemos registro de fuga ou evasão; ao contrário, percebemos uma boa adaptação dos internos”, afirma.

O jovem José Carlos*, de 19 anos, nascido em Lavras, cumpre medida de internação há um ano e três meses. Na unidade, além de frequentar a escola, ele já fez aulas de artes, violão, orientação profissional, esportes e superação. “Ter a presença da família, durante o cumprimento da medida, ajuda muito. Espero saber valorizar a oportunidade que estou tendo. Quero viver outra vida quando conseguir a liberdade”, compartilha.

Atendimento em Minas

A Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo é responsável hoje por 36 unidades, sendo 24 centros de internação, 11 casas de semiliberdade e um Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA-BH). Todos os centros socioeducativos do Estado possuem escolas e contam com o ensino integral, além de fornecerem, regularmente, cursos profissionalizantes, atividades esportivas, oficinas de arte, cultura e lazer.

* O nome é fictício para preservar o adolescente, segundo indicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).



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