Postado em sexta-feira, 3 de maio de 2019
às 19:52
Juros da dívida argentina ´já são impagáveis´, diz economista
Para Emiliano López, professor e pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, medidas neoliberais aplicadas por Macri intensificaram crise econômica no país.
Do Opera Mundi
Tendo atravessado diversas crises, que há cerca de 30 anos impossibilitam o país de equilibrar suas contas, a Argentina, hoje liderada pelo presidente Mauricio Macri, passa por um dos momentos mais críticos desde que declarou moratória às vésperas do natal de 2001.
De 2018 para cá, o país aplicou uma série de medidas para tentar frear a escalada da inflação – que fechou 2018 em 47,6%, a maior dos últimos 27 anos –, e a desvalorização do peso frente ao dólar. Além disso, a crise econômica fez crescer a desconfiança internacional em relação à Argentina, fazendo com que o risco-país (ágio que os investidores cobram para emprestar dinheiro) superasse os mil pontos, tornando-se, de longe, o mais elevado da região.
Buscando evitar a fuga de capitais – que contribui para a desvalorização da moeda –, o Banco Central argentino estabeleceu sucessivos aumentos na taxa de juros. O último foi divulgado na terça-feira (30), fixando a tarifa em 73,9%. Além disso, o país recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em um acordo de empréstimo na ordem dos US$ 57,1 bilhões, e anunciou o congelamento de preços de diversos produtos.
Segundo Emiliano López, professor e pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet), muitas das medidas aplicadas por Macri só serviram para agravar ainda mais a situação do país.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o economista afirmou que “os valores de juros sobre a dívida já são impagáveis”, o que pode levar a Argentina a ter que declarar moratória novamente. Para López, a única saída possível para a crise argentina não é técnica, e sim política. "Só podemos pensar em outro programa político se tivermos um projeto de governo que coloque em primeiro plano as necessidades das classes populares", considera o professor.
[Leia a entrevista completa no site do Opera Mundi]
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