Postado em sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Identificação na traseira dos carros não quer dizer mais nada

Antes, a gente olhava a traseira dos veículos e pela identificação sabia que motor ele tinha. Agora as coisas se complicaram


No passado, a gente batia o olho na traseira do carro e sabia se ele tinha motor 1.0, 1.6, 2.0 ou 3.0. A cilindrada estava escancarada na identificação. A marca estampava um “1.8” ou um “2000” na lataria e pronto. No segundo caso, sabia-se que o carro em questão tinha sob o capô um motor 2.0, ou 2.000 cm3.

Com o tempo, algumas marcas começaram a empregar códigos sutis: um BMW 328i era a identificação do Série 3 com motor 2.8, por exemplo.

Mas, de uns tempos para cá, tudo mudou. A onda de downsizing, que resultou em adoção de motores cada vez menores, colocou as montadoras diante de um dilema: como vender um carro novo e mais caro equipado com propulsor menor que os modelos antigos (e mais baratos)?

Quem iria estampar um “1.0” na traseira de um modelo como o Golf, por exemplo?
Tente explicar as mudanças para o seu avô

Trocando em miúdos: um motor 1.0 turbo de três cilindros atual é mais potente que um 1.8 aspirado de quatro cilindros do passado. Mas tente explicar isso para o seu avô. Ele nunca mais vai deixar você entrar no Monza dele.

Por causa disso (da tendência de downsizing, não dos avôs), algumas marcas optaram por eliminar qualquer referência à cilindrada. Foi o caso, por exemplo, da Volkswagen. A marca alemã passou a adotar o torque do motor, em Newton-metro. Foi daí que vieram identificações como “200 TSI”, que a Volkswagen usa no Polo 1.0 turbo.

Não é muito fácil no início, mas depois a gente se acostuma. Não aprendemos que Santana 2000 era a identificação do Santana 2.0?

Então, na Volks, ficou assim: 200 TSI, motor 1.0 turbo; 250 TSI, 1.4 turbo; 350 TSI, 2.0, também turbo. O número não é aleatório. Revela o valor do torque, em Newton-metro.

E por que isso? Porque, com turbo, motores diminuíram de cilindrada e ganharam torque e potência. É isso que importa, na prática.

Claro até aqui? Pois lamento informar que agora a coisa complica.


Quando a lógica não tem lógica

A Audi adotou uma classificação sem a lógica da Volkswagen. Em resumo, você bate o olho nos novos Volkswagen e sabe o torque do motor.

 


Aí, bate o olho na traseira do Audi e continua com cara de interrogação. A marca fez uma classificação que leva em conta a potência, mas com números que não têm uma relação direta com ela. Exemplo: os modelos com potência entre 81 e 96 kW (110 cv e 130 cv) levam o número 30 ao lado do nome do veículo. O 35 refere-se aos carros com potência entre 150 cv e 160 cv. E assim por diante, até o número 70, para carros com mais de 530 cv. E o que 70 tem a ver com 530? Nada.

A BMW também não quis ficar de fora da nova ordem (ou desordem?). Tanto que o novo Série 3 identificado pela sigla 330i não se refere mais ao modelo com motorzão 3.0 de seis cilindros, como antes, mas sim ao sedã equipado com motor 2.0 turbo de quatro cilindros…

 

 

Fonte: Jornal do Carro



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