Postado em quarta-feira, 5 de setembro de 2018
às 11:43
Amazon: de livraria a empresa de US$ 1 trilhão; veja escalada do valor de mercado
Empresa, inicialmente registrada como "Cadabra" por Jeff Bezos, em 1994, foi fundada com dinheiro emprestado por seus pais...
A jornada da Amazon de uma livraria online fundada em uma garagem até se transformar na gigante do comércio digital global avaliada em US$ 1 trilhão se centrou numa obsessão de longo prazo.
A empresa, inicialmente registrada como "Cadabra" por Jeff Bezos, em 1994, e fundada com dinheiro emprestado por seus pais, se juntou à Apple no rol de empresas com valor de mercado de US$ 1 trilhão nesta terça-feira (4).
Enquanto a maior parte do faturamento da primeira vem de iPhones, o império da Amazon inclui operações globais de comércio digital, computação em nuvem, inteligência artificial, transmissão em streaming, mantimentos, entre outros.
O fundador e presidente da Amazon, Jeff Bezos (Foto: REUTERS/Mike Segar/File Photo)
Criada em uma garagem em um subúrbio de Seattle, em Washington, a empresa renomeada para Amazon vendeu seu primeiro livro - "Fluid Concepts and Creative Analogies: Computer Models of the Fundamental Mechanisms of Thought", por Douglas Hofstadter - para um engenheiro da computação em meados de 1995.
No fim daquele ano, a Amazon já vendia livros pela internet por todos os Estados Unidos. A Amazon foi lançada na Bolsa no começo de 1997.
Ao longo de mais de uma década, a empresa priorizou crescimento ao lucro, investindo pesado em depósitos, redes de distribuição e centrais de dados.
"Cada centavo que eles ganharam colocaram de volta na empresa", afirmou Enderle. "Eles focaram no prêmio - que inicialmente era dominar a maior parte do comércio".
Inovação sem escândalos
Neil Saunders, da empresa de pesquisa GlobalData, disse que o sucesso da Amazon vem do fato de ela inovar como nenhuma outra. "Esse ritmo inebriante da criatividade é o principal motivo para ela se manter vários passos à frente do mercado e ser capaz de gerar tanto crescimento", afirmou Saunders.
Bezos manteve um estrito controle da Amazon, afastando-se de fundos de investimentos especulativos inclinados à táticas de curto prazo que miram em disparar os preços das ações.
O fundador e CEO também evitou escândalos e outras distrações, mantendo receita e custos próximos o bastante para administrar e entrando em "mercados adjacentes" que representam os pontos fortes e os interesses da Amazon, segundo Enderle.
Por exemplo, o serviço de computação na nuvem Amazon Web Services é um negócio competitivo baseado em uma infraestrutura tecnológica da qual a empresa precisava para gerenciar suas operações.
O investimento em depósitos, caminhões, drones, entregas e outros sistemas de distribuição não apenas permite que a Amazon reduza os custos, mas que ela possa competir com rivais como FedEx e UPS.
A aquisição da rede de mercados Whole Foods no ano passado fez a Amazon estabelecer lojas no mundo real, ao mesmo tempo em que colocou seus sistemas e inteligência de entrega e varejo para trabalhar no mundo físico.
Remédios e publicidade digital
A venda de medicamentos seria um mercado natural para a Amazon se expandir, de acordo com a Enderle. Enquanto isso, a empresa está reforçando seus negócios de publicidade digital para competir melhor em um mercado de anúncios on-line dominado pelo Google e pelo Facebook.
No último trimestre, a Amazon registrou seu melhor lucro de US$ 2,5 bilhões, enquanto Bezos - cuja participação acionária na Amazon o transformou na pessoa mais rica do mundo - destacou a importância da assistente digital Alexa.
De acordo com a empresa de pesquisa eMarketer, a receita de comércio digital da Amazon crescerá mais de 28% este ano, a US$ 394 bilhões. Ela responderá por 49% das vendas de varejo nos Estados Unidos e por quase 5% de todos os gastos de varejo.
Um dos impulsionadores de receita da Amazon é seu serviço de assinatura Prime, que oferece streaming de vídeo e música, entrega gratuita e outras vantagens e que tem mais de 100 milhões de membros em todo o mundo.
Armadilha da arrogância
Armadilha da arrogância
Alguns temem que a Amazon esteja se tornando uma força dominante demais, especialmente no varejo, o que provocou discussões antitruste, embora a empresa continue expandindo globalmente e busque uma segunda sede na América do Norte.
"Não faz muito tempo que as pessoas estavam pirando com o Walmart, e a Amazon basicamente pisou no Walmart", disse o analista Enderle. "O que a Amazon quer dizer é disruptivo, e as pessoas não gostam de ser interrompidas".
Os críticos da empresa incluem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele expressou sua ira sobre o jornal Washington Post, de propriedade de Bezos, que publicou matérias que não agradaram o presidente americano.
Bezos comprou o Washington Post há cinco anos por US$ 250 milhões de seus fundos pessoais.
A Amazon também deve se proteger contra o tipo de arrogância que pode desfazer as empresas que dominam os mercados, segundo o analista.
"Quando as empresas ficam grandes, começa a ser sobre o que você tem o poder de fazer e agora o que é certo fazer", disse Enderle. "Se a Amazon tiver uma ruína será arrogância ao lidar com o cliente".
Fonte:G1