Postado em domingo, 3 de junho de 2018
às 12:12
´Junho de 2013 é um mês que não terminou´, diz socióloga
Dezessete dias separaram os anúncios dos aumentos das tarifas de ônibus, metrô e trens em São Paulo e no Rio de Janeiro, em 2 de junho de 2013, e a revogação da decisão, no dia 19 daquele mesmo mês.
Da BBC/Brasil
Entre as duas datas, aconteceu uma das maiores mobilizações coletivas da história recente brasileira que, mesmo sem ter sido completamente entendida, produz consequências até hoje.
Para o sistema político, a consequência mais imediata dos protestos foi a drástica e imediata redução na aprovação do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o Datafolha: a presidente passou de 65% de aprovação em março para 30% no final de junho.
Processo semelhante aconteceu com os índices do ex-governador de São Paulo e hoje candidato à presidência, Geraldo Alckmin (48% de aprovação em março para 38% em julho) e com o ex-prefeito da cidade, Fernando Haddad (de 31% para 18%).
Mas não parou aí. "Junho de 2013 é um mês que não terminou" avalia a socióloga Ângela Alonso, professora da USP e atual presidente do Centro Brasileiro de Pesquisa e Planejamento (Cebrap). Há cinco anos, Alonso se dedica a abastecer um banco de dados com entrevistas, medições de protestos, recortes de jornais e demandas postas nas ruas referentes àquele mês.
"O que estamos assistindo desde 2013 são tentativas de estabilização que logo se mostram equivocadas. Até a eleição não teremos esse processo encerrado e é difícil saber se em algum momento ele será", afirma ela em entrevista à BBC Brasil.
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