Postado em terça-feira, 8 de maio de 2018 às 08:42

Colheita de café no Sul de Minas teve aumento na safra

Região deve produzir 16,4 milhões de sacas em 2018; em Carmo de Minas, fazenda faz festa para comemorar início da colheita...


 Começou a colheita do café no Sul de Minas. Com expectativa de crescimento, cafeicultores e safristas já trabalham nas lavouras de olho na produtividade e também na qualidades dos grãos colhidos.

Em 2017, as lavouras da região produziram 13,68 milhões de sacas. Mas neste ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Sul de Minas, conhecido por ter a maior produção cafeeira do país, deve chegar a 16,4 milhões de sacas.

Só na Cooxupé, em Guaxupé (MG), os armazéns estão prontos pra receber cerca de 5,2 milhões de sacas - 13% a mais que no ano passado.


Região deve produzir 16,4 milhões de sacas em 2018 (Foto: Reprodução/EPTV)


Segundo o presidente da cooperativa, Carlos Alberto Paulino da Costa, um crescimento que se deve à bienalidade e também a um maior investimento na produtividade.

“Nós estamos vendendo mais fertilizantes, mais defensivos, e o produtor está mais consciente da utilização da tecnologia. Por isso que o aumento da produção foi até maior do que o aumento de área”, afirma o Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooxupé.

Na propriedade do cafeicultor Renato Faria, em Varginha (MG), os primeiros grãos de café colhidos já estão secando no terreiro. Ele conta que, no ano passado, a lavoura rendeu cerca de 800 sacas. Este ano, a expectativa é conseguir o dobro.

“O ano passado eu estava na bienalidade baixa. Este ano, alta. Então eu colhi 800 sacas no ano passado, este ano, 1,6 mil sacas”, explica Faria.


Colheita de café começa com expectativa de aumento de safra no Sul de Minas (Foto: Reprodução/EPTV)

É produção com maior volume e também de qualidade. Segundo o engenheiro agrônomo José Marcos Angélico de Mendonça, que é também professor do Instituto Federal do Sul de Minas em Muzambinho (MG), o clima ajudou na formação dos grãos.

“O café está com bom vigor, bem folhado, está bem granado, frutos bem desenvolvidos, uma maturação uniforme para essa planta. E isso vai refletir em qualidade”, diz.

Para o produtor, fica a expectativa de que o preço pago pela saca compense o trabalho.

“Que seja justo para os dois lados, senão o produtor só trabalha. Se não sobrar nada, ele não consegue investir na lavoura, ele não consegue comprar um equipamento bom. Então, assim, ele tem que ter retorno, senão ele não consegue tocar o negócio”, afirma João Marciano de Assis Silva, que é administrador de uma fazenda.

O aumento na produtividade também deve ser visto em outras regiões. Segundo a projeção da Conab, em 2018, a safra nacional deve ficar entre 54,44 e 58,21 milhões de sacas - quase 30% a mais que em 2017, quando foram produzidas 44,97 milhões de sacas).



Fazenda em Carmo de Minas tem festa(Foto: Reprodução/EPTV)


Festa para a colheita

E em uma propriedade de café de Carmo de Minas (MG), município que produz um dos melhores cafés do Brasil, o início da colheita é motivo de comemoração. Tem até festa para celebrar a apanha.

"Que a gente possa colher bons frutos no decorrer da safra. Vão com Deus", diz o produtor Luís Paulo Dias Pereira Filho, em uma oração antes do início do trabalho.

As palavras são usadas para motivar quem vai ser responsável pela colheita em 160 hectares. O trabalho deve seguir até setembro.

"Nós vamos ter que catar grão a grão porque essa área aqui, o intuito dela é não ter grão verde, nem varrição", explica o produtor aos funcionários.

A colheita selecionada tem motivo. O café da área já está vendido para o Japão e a expectativa é que os frutos tenham uma pontuação altíssima.

"Precisa de muita atenção, não pode ter contaminação nenhuma. Ele tem que ser colhido grão a grão, não pode ter nenhum grão imaturo, porque quando se fala em café de 90 pontos, às vezes as pessoas pensam: ‘Café de 90 pontos é difícil?’. Não é difícil, mas necessita de cuidado e é esse cuidado que estamos tendo aqui hoje”, diz Pereira Filho.

Para quem tem a função diária de cuidar dos pés de café, vê-los carregados e com produtividade alta é um alívio.

“Sensação de dever cumprido, de todo o período que a gente fez durante o ano. É uma satisfação muito grande”, afirma o gerente Evanildon Alessandro Cipriano.


Fazenda faz colheita seletiva em Carmo de Minas (Foto: Reprodução/EPTV)


O catador José Ivo Balbi também foi para a colheita com sorriso no rosto. Há 38 anos, tem no café a principal ocupação de vida. "Eu adoro apanhar café. Eu adoro e rende, rende demais", exclama.

Além do cuidado com a lavoura, toda a propriedade foi arrumada para o início da colheita. O pátio onde é feita parte da secagem foi pintado e, nesse primeiro dia, funcionários passaram a manhã cuidando da decoração.

Daqui para frente, se tudo der certo, os frutos que passarem por essas mãos vão ganhar o mundo.

"Todo café quando chega nessa fase é a melhor que tem, porque é a colheita de todo o trabalho do ano", afirma o cafeicultor Luís Paulo Ferreira.






Fonte: G1



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