Postado em quinta-feira, 3 de maio de 2018 às 09:09

Homem trocado na maternidade conhece família biológica

Descoberta levou ao encontro das famílias de criação e biológica nesta quarta-feira (2)...


 Um homem que foi trocado na maternidade em Juruaia (MG) conheceu a família biológica 38 anos depois. Uma das mães descobriu que o filho não era dela após um exame de DNA feito em fevereiro deste ano. A descoberta levou ao encontro das famílias nesta quarta-feira (2).

A desconfiança de que os bebês pudessem ter sido trocados não era nova. É o que contam Geraldo César Gaspar e Radígena Conceição Gaspar, que são os pais de criação de Romualdo César Gaspar.

“Parece que eu notei que estava mais clarinho um pouco. Pensei: ‘Quando nasce, está mais vermelhinho, mais moreno’. Notei uma certa diferença”, diz o pai.

“[Na época] teve boatos, saíram comentários maldosos. E a gente, por minha mãe não dever nada, falamos: ‘Vamos fazer o exame para comprovar’”, conta Romualdo.



 contou que exame só confirmou desconfiança antiga (Foto: Reprodução/EPTV)

Depois de anos de desconfiança, o Romualdo resolveu fazer um exame de DNA, mas quando viu o resultado, veio a surpresa. Ele não era filho do casal.

Nós ficamos muito tristes, ficamos muito desesperados. Durante umas duas semanas, a gente não teve força para pensar em nada”, conta a mãe, dona Radígena.

As buscas

O Romualdo não sabia o que fazer. Já os pais de criação começaram uma busca pelo filho perdido. Ele nasceu na primeira semana de outubro de 1980.

“Pedimos para o hospital mandar o nome das crianças que tinham nascido do dia 1º ao dia 7. Eles mandaram seis nomes para nós, sendo dois nomes de menino e quatro de menina”, explica Radígena.

O casal descobriu, então, onde morou uma das crianças, chamada Noel . Quando chegaram no bairro, encontraram uma vizinha da família e foram informados que essa criança havia morrido. Com o primeiro baque, Radígena e Geraldo pararam de procurar.

Eles não sabiam, mas estavam no caminho certo. A vizinha que eles haviam procurado é uma prima distante da Nelma Lima Rezende, que era irmã do menino que morreu em Juruaia.

“Mas ela [a vizinha] não me passou nome dos pais, não me passou o nome do Romualdo. Ela só deixou aquela história no ar”, conta Nelma.



Irmã e o marido passaram a buscar por Romualdo (Foto: Reprodução/EPTV)

Mesmo assim, ela sentiu que devia ir atrás e pediu a ajuda do marido.

“Ela estava me deixando doido, na verdade. Só chorava, não conseguia trabalhar direito. Aí eu também não conseguia trabalhar direito. Aí eu também não conseguia trabalhar, porque eu fui trabalhar e deixei ela aqui chorando”, conta Caio Willian Rezende, que é casado com Nelma.

E aí o Caio passou a procurar o suposto cunhado. Primeiro foi no cartório, depois descobriu que um casal de amigos é padrinho do Romualdo. E quando viu a foto dele na internet, veio a certeza.

“Eu passei mal. Porque a semelhança [da esposa] com meu cunhado era grande demais. Aí eu não tive dúvidas de que ele seria irmão da minha mulher”, lembra Caio.


irmãos se encontraram pessoalmente (Foto: Reprodução/EPTV)

Os encontros

No mesmo dia, a Nelma adicionou o Romualdo em uma rede social e os dois se conheceram. “A fisionomia dele era muito parecida com a nossa. Aí na hora eu já senti que ele realmente é o meu irmão”

Depois disso, Romualdo já conheceu a nova família. E nesta segunda-feira, levou os pais de criação para se encontrarem com os pais biológicos: o Osvaldo e a dona Valdevina.

No encontro, emoção e um forte abraço das duas mães de Romualdo. As famílias ainda têm muita conversa para colocar em dia, mas ele já se sentia em casa, sentou logo ao lado do novo pai e da nova mãe.

“Depois de 38 anos fazer isso, achei que era piada. Mas aí foi caindo a ficha de que era verdade”, diz Valdevina Bueno de Lima.

O Romualdo agora tem mais oito irmãos e dezoito sobrinhos. E para não deixar dúvidas, o exame de DND foi feito e comprovou: ele é sim o filho biológico de Valdevina e Osvaldo.

“Para mim, não tem preço. Dinheiro nenhum compra a felicidade que eu estou”, celebra Romualdo.

Mas as buscas continuam


Mas para Geraldo e Radígena, essa história ainda não terminou. Eles ainda querem ter certeza que o menino de 1 ano e 7 meses criado pelo outro casal era realmente o filho deles.

“Eu não tenho certeza que é o meu filho que morreu. Meu coração diz que meu filho está vivo. Eu quero muito encontrar ele, conta Radígena.

Procurado pela EPTV Sul de Minas, afiliada da Rede Globo, o hospital Monsenhor Genésio, onde as crianças nasceram a atual direção não quis dar entrevista e disse que não tem nada a declarar sobre este caso.



Pais de Romualdo agora buscam pelo próprio filho (Foto: Reprodução/EPTV)



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