Postado em quinta-feira, 12 de abril de 2018 às 08:08

Quinze agências bancárias foram alvos de quadrilhas com explosivos neste ano no Sul de Minas

Passos, atacada nesta quarta-feira, tem dez vezes mais habitantes do que a média das cidades alvo; serviços são interrompidos e causam prejuízos para moradores da região.


 Quinze agências bancárias já foram alvos de quadrilhas armadas com explosivos somente neste ano no Sul de Minas. De acordo com levantamento feito pelo G1, os grupos criminosos estão ficando mais ousados e, em Passos, atacaram pela primeira vez um município com mais de 15 mil habitantes.

Na cidade, nesta quarta-feira, uma quadrilha com pelo menos 15 integrantes explodiu agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, roubando uma grande quantia em dinheiro e também joias. Antes de fugir, eles atiraram em transformadores de energia, interrompendo o fornecimento.

Escolas e o campus da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) tiveram as aulas interrompidas. Segundo a Polícia Civil, até drones foram usados para monitorar a ação. Uma câmera de segurança gravou o que seria a chegada do grupo.

Passos foi a décima cidade a ser atacada por criminosos armados com explosivos em 2018 no Sul de Minas. Antes disso, a média de habitantes dos municípios alvos dos ladrões era de apenas 10 mil pessoas - Passos tem pouco mais de 106 mil, segundo o Censo 2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ou seja, é mais de dez vezes maior do que a média dos alvos das quadrilhas.



Somando todos os 13 ataques que deram certo e mais duas tentativas mal sucedidas em Bom Jesus da Penha, chega-se a 15 ataques na região. Além das duas agências de Passos, outras seis foram atacadas somente na última semana.

O Banco do Brasil, muitas vezes a principal ou única agência nas cidades do interior, lidera o ranking, com seis explosões registradas no ano.

Prejuízos
Além dos estragos físicos causados com as explosões, outros danos são contabilizados nas cidades que têm as agências atacadas. Em Cabo Verde, por exemplo, os serviços bancários ainda não foram inteiramente retomados, prejudicando moradores e o comércio local.

"Eu precisaria do banco principalmente para receber, porque eu sou aposentada", diz Júlia de Souza Gonçalves.

Durante o ataque na cidade, vitrines de várias lojas foram atingidas. Uma delas, foi invadida por um criminoso que, além de destruir os vidros da fachada, fugiu levando diversas calças.

"A gente teve um prejuízo grande, entre R$ 4 a 5 mil. No mesmo dia, a gente trocou o vidro da porta já", conta a gente Mirela Fernanda Faria.


Uma das rajadas disparadas pela quadrilha atingiu uma rádio no Centro da cidade, onde o radialista Édson dos Santos estava trabalhando.

"Pela rajada que eles deram aqui na rádio, não tinha ninguém vivo aqui mais", lembra o radialista. "Foi isso que eu pensei e fiquei muito apreensivo sim, mas com a luz que estava passando na parede, como se estivesse procurando algo ou alguém vivo aqui dentro da emissora".

A polícia acredita que um mesmo grupo tenha agido em Cabo Verde, Jacuí e Areado. Ainda não se sabe se a quadrilha é a mesma ou tem ligação com os criminosos que agiram em Passos, onde, após a ação, uma pessoa foi presa e quatro encaminhadas à delegacia suspeitas de envolvimento no crime.




Fonte: G1

 



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