Postado em terça-feira, 6 de novembro de 2007
Descredenciamento de Clínica pelo SUS gera reclamação
Alessandro Emergente
Funcionários da Clínica Neuro Psiquiátrica (Bagé), representados por Juliana Calori, reclamam do descredenciamento pelo SUS, feito pelo Ministério da Saúde. Eles temem o risco de demissões devido ao não-atendimento de pacientes pelo sistema público caso a decisão do Ministério da Saúde não se reverta.
Juliana usou ontem a tribuna livre, durante a sessão da Câmara Municipal, para explanar a preocupação dos funcionários. Segundo ela, hoje são 102 pessoas executando os trabalhos na Clínica que atende 160 pacientes. O risco, segundo ela, é a demissão de 82 funcionários por conta do não-atendimento pelo SUS.
Um abaixo-assinado, com quase 1 mil assinaturas, foi encaminhado a Câmara. Nele, é solicitada uma solução para o problema. “Nós, funcionários, precisamos do emprego. Os pacientes, do hospital”, disse Juliana.
Dos 160 pacientes atendidos atualmente, 15 – de Alfenas - são crônicos, informou Juliana. “Para onde eles vão? Para a rua?”, questionou ao sustentar que a direção da Clínica já efetuou mudanças para atendimento das normas exigidas.
A presidente da Associação de Famílias de Transtornos Mentais do Sul de Minas, Maria Alves Leite, também usou a tribuna para criticar a decisão do Ministério da Saúde. “Não pode gente. Temos que nos unir”, afirmou.
Há pouco mais de um mês, a Clínica teve seu credenciamento cancelado pelo SUS por não atingir a pontuação exigida no sistema de avaliação feito pelo Ministério da Saúde. Nesta quarta-feira, representantes da Coordenação Estadual de Saúde Mental se reúnem com o Conselho Municipal de Saúde e a Comissão de Saúde Mental para debaterem o tema “descredenciamento dos hospitais psiquiátricos”.
Na quinta-feira, pela manhã, há uma reunião agendada no gabinete do prefeito, contando com a presença de Pompilio Canavez e os secretários municipais de Saúde, Ludmilla Rodrigues, e de Governo, Luiz Antônio da Silva.

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