Postado em quinta-feira, 4 de maio de 2017

"Caixa preta" monitora máquinas agrícolas em áreas rurais sem sinal de internet

Lançado na Agrishow, módulo com alta capacidade de armazenamento obtém 300 tipos de informações a cada cinco segundos. Dados podem ser transmitidos por bluetooth para celular na ausência de rede.


Máquinas autônomas, sistemas de georreferenciamento, computação em nuvem. Facilidades como essas evidenciam nos lançamentos da Agrishow em Ribeirão Preto (SP) uma digitalização irreversível do campo diante das necessidades de otimização da atividade agrícola. Por outro lado, sem uma adequada cobertura de internet, o que não é nada incomum no dia a dia da lavoura, essas tecnologias não bastam.

O problema virou negócio para algumas das empresas expositoras da maior feira de agronegócio da América Latina, como a Jacto, que tem um sistema que monitora e registra diferentes dados sobre o funcionamento da máquina em operação a quilômetros da sede da fazenda.

Sistema que, além da conectividade via internet, em locais sem qualquer sinal de rede dá a opção de armazenar informações que podem ser transferidas via bluetooth para um aparelho celular ou por um cabo de dados.

"Se a máquina está muito longe, ir até a sede se deslocar pra poder fazer esse link com internet fica muito ruim. A solução que temos é um portador, um aplicativo de celular que a pessoa instala e, no momento que chega perto da máquina, descarrega esses dados. Depois vai à sede [da fazenda] e faz o processo de enviar a mensagem", explica Cristiano Pontelli, gerente de negócios Otmis, linha de agricultura de precisão da Jacto.

"Caixa preta" agrícola

A tecnologia, que funciona como uma espécie de "caixa preta" instalada dentro do veículo, consiste de um módulo que pode ser conectado a qualquer equipamento motorizado, de um pulverizador a uma colhedora, e que obtém 300 tipos de dados sobre o veículo a cada cinco segundos.

Informações relevantes para a agricultura de precisão, como o volume de pulverizador lançado, velocidade de aplicação, temperatura, umidade relativa da aplicação e motivos de parada do equipamento que ajudam o produtor a apontar problemas na lavoura e a avaliar o desempenho de funcionários.

"Ela vai capturando informações dos sensores das máquinas e vai armazenando dentro de um hardware que é um módulo de telemetria", diz Pontelli.

A tecnologia está incorporada a três pulverizadores lançados este ano na Agrishow e que custam de R$ 600 mil a R$ 900 mil. Por outro lado, também pode ser instalada em outras máquinas como tratores e colheitadeiras ao custo inicial de R$ 15 mil - incluindo um ano de assinatura grátis pelo serviço de armazenamento na nuvem.

"Todo equipamento que tem motor eletrônico e tomada a gente consegue monitorar as informações de motor: temperatura do motor, rotação, velocidade da máquina, trajeto, tempo parado, tempo movimentando. O agricultor consegue fazer a gestão da frota."

Além de permitir que tudo seja arquivado e transmitido em tempo real pela internet, o sistema garante um armazenamento físico de dados referentes a 1,2 mil horas trabalhadas no campo, o equivalente a um ano de safra, segundo o gerente de negócios da Jacto.

"Um giga de armazenamento no módulo, isso em termos de operação. É uma safra. Pode ficar tudo armazenado lá sem perder dado algum."

Contra ausência de internet no campo, a empresa confirma ter, ainda em fase de estudos, um processo de transmissão via rádio para garantir 100% de cobertura nos próximos anos.



G1



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