Postado em quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
às 14:46
Por que só os colegas são felizes no trabalho?
Ditadura da felicidade exige que profissionais mostrem alegria o tempo todo
A felicidade no trabalho é algo totalmente possível – para outros. Certo? Ou você nunca se pegou pensando por que seus colegas são felizes no trabalho? Nunca pensou que, se tivesse um aumento de salário ou finalmente fosse pedido em casamento, poderia ser tão realizado quanto esses eufóricos e realizados profissionais?
Por outro lado, você alguma vez já tentou dizer para seus colegas “hoje eu não estou legal” e sentiu que não tinha espaço para esse sentimento, pois quase instantaneamente alguém mandou um “não fica assim” ou “sai dessa, você precisa se animar”? Provavelmente essas cenas sejam mais comuns na sua vida do que você já parou para pensar. Segundo Bruna Tokunaga Dias, profissional da DMRH e da Cia de Talentos, estamos todos (praticamente) rendidos ao que ela define como a tal ditadura da felicidade no trabalho.
Todos são felizes no trabalho?
Afinal, nas mídias sociais todo mundo é feliz e realizado. “O introvertido, coitado, mal consegue se destacar em um mundo que não para de falar”, diz ela. E essa ditadura não ocorre só nas mídias, infelizmente. Nas empresas, a regra é a mesma, embora possa ser mais velada. Profissionais que se mostram motivados e alegres o tempo todo são os que normalmente obtêm mais visibilidade e agarram as melhores oportunidades.
Pois é, e agora você, que estava aí tranquilo da vida, sem nem pensar se está bem feliz ou um pouco desanimado, já está querendo saber como demonstrar sua alegria (real o não) e convencer todo mundo de que está radiante com seu trabalho e sua empresa. Afinal, pode ser exatamente desse fato que está dependendo aquela promoção que você espera há anos! Certo? Cuidado, cuidado. As coisas não são bem assim.
Ok, talvez você consiga a promoção se vestir essa “máscara da felicidade”, mas, vamos combinar que simplesmente sair por aí anunciando que você está ótimo não vai fazer de você uma pessoa feliz de fato. Nem há garantias de que isso ocorra se você enfim conseguir essa promoção. Veja o que Bruna recomenda para sobreviver a essa nova moda.
Como sobreviver?
1. Pare e pense
Pode parecer complicado, especialmente no início, mas, para que você consiga ser igual aos colegas – felizes no trabalho, primeiramente precisa abrir um espaço para pensar e saber como se sente de verdade. E isso independe da imagem profissional que você passa. “As pessoas mais felizes no trabalho são aquelas que encontraram um significado para o que fazem”, diz Bruna.
E quer saber: esse significado independe da função que essas pessoas exercem. Grande parte delas nem sempre ganham bem ou têm reconhecimento do chefe ou mesmo dos colegas de trabalho. “O trabalho do lixeiro, por exemplo, e árduo, tem altas taxas de insalubridade, mas tem gente que consegue ser feliz fazendo isso.”
Outro exemplo que ela conta é o de uma copeira, que aparentemente faz um trabalho operacional e repetitivo, mas encontra felicidade nisso porque consegue enxergar que seu trabalho torna o dia das pessoas mais agradável. “Há pessoas, por outro lado, que apenas fazem o ‘Jogo do Contente’ (aquele do livro ‘Pollyanna’, em que a pessoa tenta encontrar o lado bom em tudo) e vão seguindo sem parar para pensar”, diz ela. É uma armadilha também.
2. Coloque tudo na balança
A dica de Bruna – para quem quer ser feliz de fato – é colocar tudo na balança de tempos em tempos. Primeiro considere seu objetivo maior. Depois, de um lado, ponha o que hoje faz bem para você. De outro, o que faz mal. Claro que não é simples porque essa balança é muito pessoal e só você sabe o peso que cada item tem para você. Mas é um excelente exercício.
Se você perceber que o lado ruim está mais pesado, a única coisa que definitivamente não pode fazer é começar a reclamar no ouvido de todo mundo. “Isso pode até trazer um alívio imediato porque você desabafa, mas, no longo prazo, só prejudica sua carreira e o clima de trabalho.” Lembre-se de que, querendo ou não, estamos na ditadura da felicidade. Isso quer dizer que, mesmo durante esse processo que muitas vezes é difícil e demorado, você vai precisar se esforçar para passar uma imagem positiva.
3. Procure pessoas confiáveis
Para que sejamos felizes no trabalho, a dica de Bruna é procurar pessoas em quem você confia para conversar e buscar alternativas. “Pode ser alguém da família, um amigo, um professor, todo mundo tem um mentor que admira com quem pode falar”, diz ela. Você pode, de repente, descobrir que quer continuar no seu trabalho, mas precisa esclarecer alguns pontos com o chefe.
Pode também achar que é hora de buscar outro emprego, mudar de área, fazer uma pós-graduação etc. Só não se esqueça de que todo trabalho – e todo relacionamento, na verdade – tem ônus e bônus. “Se você quer uma coisa, certamente terá de abrir mão de outras”, diz Bruna. “Se quer ganhar mais, possivelmente tenha de sacrificar sua qualidade de vida e vice-versa.”
4. Tenha bom senso
Agora, se você parou para pensar e viu que de fato está extremamente feliz, que sorte a sua! Ainda assim, tenha cuidado. “É tão chato ouvir alguém reclamar o tempo todo quanto escutar alguém que se diz feliz todo minuto”, diz Bruna. Portanto, tenha bom senso e não transforme esse sentimento bom em um incômodo para os que estão à sua volta. Afinal, você não quer que essa felicidade tão bem-vinda prejudique seu desenvolvimento, né?
Vagas
Por outro lado, você alguma vez já tentou dizer para seus colegas “hoje eu não estou legal” e sentiu que não tinha espaço para esse sentimento, pois quase instantaneamente alguém mandou um “não fica assim” ou “sai dessa, você precisa se animar”? Provavelmente essas cenas sejam mais comuns na sua vida do que você já parou para pensar. Segundo Bruna Tokunaga Dias, profissional da DMRH e da Cia de Talentos, estamos todos (praticamente) rendidos ao que ela define como a tal ditadura da felicidade no trabalho.
Todos são felizes no trabalho?
Afinal, nas mídias sociais todo mundo é feliz e realizado. “O introvertido, coitado, mal consegue se destacar em um mundo que não para de falar”, diz ela. E essa ditadura não ocorre só nas mídias, infelizmente. Nas empresas, a regra é a mesma, embora possa ser mais velada. Profissionais que se mostram motivados e alegres o tempo todo são os que normalmente obtêm mais visibilidade e agarram as melhores oportunidades.
Pois é, e agora você, que estava aí tranquilo da vida, sem nem pensar se está bem feliz ou um pouco desanimado, já está querendo saber como demonstrar sua alegria (real o não) e convencer todo mundo de que está radiante com seu trabalho e sua empresa. Afinal, pode ser exatamente desse fato que está dependendo aquela promoção que você espera há anos! Certo? Cuidado, cuidado. As coisas não são bem assim.
Ok, talvez você consiga a promoção se vestir essa “máscara da felicidade”, mas, vamos combinar que simplesmente sair por aí anunciando que você está ótimo não vai fazer de você uma pessoa feliz de fato. Nem há garantias de que isso ocorra se você enfim conseguir essa promoção. Veja o que Bruna recomenda para sobreviver a essa nova moda.
Como sobreviver?
1. Pare e pense
Pode parecer complicado, especialmente no início, mas, para que você consiga ser igual aos colegas – felizes no trabalho, primeiramente precisa abrir um espaço para pensar e saber como se sente de verdade. E isso independe da imagem profissional que você passa. “As pessoas mais felizes no trabalho são aquelas que encontraram um significado para o que fazem”, diz Bruna.
E quer saber: esse significado independe da função que essas pessoas exercem. Grande parte delas nem sempre ganham bem ou têm reconhecimento do chefe ou mesmo dos colegas de trabalho. “O trabalho do lixeiro, por exemplo, e árduo, tem altas taxas de insalubridade, mas tem gente que consegue ser feliz fazendo isso.”
Outro exemplo que ela conta é o de uma copeira, que aparentemente faz um trabalho operacional e repetitivo, mas encontra felicidade nisso porque consegue enxergar que seu trabalho torna o dia das pessoas mais agradável. “Há pessoas, por outro lado, que apenas fazem o ‘Jogo do Contente’ (aquele do livro ‘Pollyanna’, em que a pessoa tenta encontrar o lado bom em tudo) e vão seguindo sem parar para pensar”, diz ela. É uma armadilha também.
2. Coloque tudo na balança
A dica de Bruna – para quem quer ser feliz de fato – é colocar tudo na balança de tempos em tempos. Primeiro considere seu objetivo maior. Depois, de um lado, ponha o que hoje faz bem para você. De outro, o que faz mal. Claro que não é simples porque essa balança é muito pessoal e só você sabe o peso que cada item tem para você. Mas é um excelente exercício.
Se você perceber que o lado ruim está mais pesado, a única coisa que definitivamente não pode fazer é começar a reclamar no ouvido de todo mundo. “Isso pode até trazer um alívio imediato porque você desabafa, mas, no longo prazo, só prejudica sua carreira e o clima de trabalho.” Lembre-se de que, querendo ou não, estamos na ditadura da felicidade. Isso quer dizer que, mesmo durante esse processo que muitas vezes é difícil e demorado, você vai precisar se esforçar para passar uma imagem positiva.
3. Procure pessoas confiáveis
Para que sejamos felizes no trabalho, a dica de Bruna é procurar pessoas em quem você confia para conversar e buscar alternativas. “Pode ser alguém da família, um amigo, um professor, todo mundo tem um mentor que admira com quem pode falar”, diz ela. Você pode, de repente, descobrir que quer continuar no seu trabalho, mas precisa esclarecer alguns pontos com o chefe.
Pode também achar que é hora de buscar outro emprego, mudar de área, fazer uma pós-graduação etc. Só não se esqueça de que todo trabalho – e todo relacionamento, na verdade – tem ônus e bônus. “Se você quer uma coisa, certamente terá de abrir mão de outras”, diz Bruna. “Se quer ganhar mais, possivelmente tenha de sacrificar sua qualidade de vida e vice-versa.”
4. Tenha bom senso
Agora, se você parou para pensar e viu que de fato está extremamente feliz, que sorte a sua! Ainda assim, tenha cuidado. “É tão chato ouvir alguém reclamar o tempo todo quanto escutar alguém que se diz feliz todo minuto”, diz Bruna. Portanto, tenha bom senso e não transforme esse sentimento bom em um incômodo para os que estão à sua volta. Afinal, você não quer que essa felicidade tão bem-vinda prejudique seu desenvolvimento, né?
Vagas