Postado em terça-feira, 17 de maio de 2016
às 08:33
Fim do El Niño antecipa colheita do café e coloca pecuaristas em alerta
Estados de Minas Gerais e São Paulo, com área destacada na cor verde, poderão apresentar chuvas abaixo da média no mês de junho
No Brasil, o tempo seco e quente esteve presente em parte do Sul da Bahia, parte do Tocantins, de Minas Gerais, de São Paulo e do Mato Grosso. As temperaturas foram superiores à média em até 3ºC, variando entre 30 e 35ºC no horário mais quente do dia. Mais recentemente, áreas de instabilidade têm se formado sobre o Atlântico Norte e se deslocado para sobre a região do litoral do Nordeste, provocando chuvas fortes com algumas vezes, inundações.
O acompanhamento, a partir das imagens de satélites, nos tem revelado que esse fenômeno tem ocorrido em diferentes regiões do Brasil a partir de bandas de nuvens cada vez mais estreitas. Esse comportamento parece um novo padrão comum mais próximo de grandes centros urbanos e pode estar associado à maior emissão de poluentes aéreos nessas grandes áreas. A concentração de aerossóis emitidos nos grandes centros urbanos facilitam a maior concentração de umidade atmosférica, favorecendo o pico de chuvas na região do entorno dos grandes centros urbanos.
Temos observado que o tempo dos eventos, principalmente de chuvas convectivas (formada a partir da elevação do ar úmido presente próximo a superfície), tem diminuído, contribuindo para o maior pico das chuvas e refletindo em maiores enchentes principalmente devido à manutenção indevida da infraestrutura das águas pluviais das grandes cidades.
El Niño
O forte fenômeno El Niño poderá chegar ao fim nas próximas semanas. As atuais temperaturas do Oceano Pacífico já chegaram ao nível de neutralidade e os padrões atmosféricos também deverão chegar à neutralidade nas próximas semanas. Os modelos internacionais atualmente indicam que há aproximadamente 50% de probabilidade de que um evento La Niña (possivelmente de intensidade moderada) venha a se desenvolver até a chegada da primavera. Em se confirmando tal fato, o ano de 2016 que começou com a presença do El Niño, se encerrará com a presença do La Niña que se caracteriza por apresentar efeitos opostos aos do El Niño. A presença do La Niña (“A Menina” em português) representa o esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical sendo que o último episódio, que foi de intensidade moderada, ocorreu entre o ano de 1998 e 2001. Normalmente os eventos La Niña costumam durar mais de seis meses.
Agricultura
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