Em defesa do café brasileiro

João Cruz compôs a delegação brasileira no encontro, representando o governo mineiro. Minas, sempre é bom lembrar, é a região maior produtora de café no mundo. O produto responde por nada menos que 20% das exportações do estado, daí a importância de desempenhar papel importante na OIC.

A Conferência Mundial do Café acontece a cada quatro ou cinco anos. Antes do encontro em Adis Abeba (capital etíope), as três primeiras conferências se realizaram na Inglaterra (2001), Brasil (2005) e Guatemala (2005). A OIC é uma organização intergovernamental criada em 1963, sob os auspícios das Nações Unidas.

É o próprio João quem explica melhor sua principal atividade na 4ª Conferência: “A palavra de ordem hoje é sustentabilidade. E ela ganha forma sobre o tripé social, ambiental e econômico”, diz o secretário de Agricultura de Minas. “Hoje, o produtor brasileiro vende um café social e ambientalmente sustentáveis. O comprador estrangeiro exige isso, e está certo, mas está relutante em pagar o preço justo para nosso produtor. Ou seja, o componente ‘econômico’ do tripé precisa ser atendido.”

Mas não apenas os aspectos econômicos foram debatidos na Etiópia. A questão do gênero no setor foi lembrada nas discussões. O secretário João Cruz cita especialmente o painel “Promovendo a Igualdade do Gênero para um Setor Cafeeiro Sustentável”. A abertura foi feita pela primeira-dama da Etiópia, Roman Tesfaye. “Foi uma brilhante exposição. Uma bela homenagem às mulheres do setor cafeeiro, cada vez mais ativas”, afirma João Cruz.

Ele lembra ainda outro aspecto estratégico para o Brasil e Minas na OIC. O diretor-executivo da organização (cargo mais importante da entidade) é o produtor Robério Silva, mineiro de Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha.

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