Postado em sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
às 09:39
Pesquisa desenvolve café arábica para Amazônia
Os resultados da primeira colheita dos experimentos de café arábica desenvolvido pela Embrapa Rondônia especialmente para a região Amazônica superaram as expectativas
Alguns materiais alcançaram produtividade acima de 30 sacas por hectare nas áreas experimentais instaladas em municípios dos estados de Rondônia e Acre. Segundo o pesquisador da Embrapa Rondônia, Alexsandro Teixeira, são resultados excelentes para uma primeira safra de produção, acima da média nacional, que é de 22 sacas/ha. "A pesquisa com café arábica tem importância para a região, pois atende grande demanda, uma vez que todo o café desse tipo consumido no Norte do País é oriundo de outras regiões produtoras, como Minas Gerais e São Paulo", explica o pesquisador.
Já são dez anos de pesquisas em melhoramento genético para o café arábica desenvolvidas pela Embrapa Rondônia. O processo de seleção de plantas ainda está em andamento, pois é necessária a coleta de dados de mais três safras de produção para finalizar a pesquisa. Para Teixeira, esse resultado inicial já demonstra o potencial do café arábica para a região. "Estamos satisfeitos com os resultados do trabalho e a previsão é de, em 2018, estar com uma cultivar de café arábica recomendada para a Amazônia", comenta o pesquisador.
Com os resultados dessa pesquisa, busca-se viabilizar a produção de café arábica na Amazônia, para suprir a demanda desse tipo de grão na região, tanto para produção de cafés especiais ou gourmets como na utilização em blends, que é a mistura de grãos de cafés arábica e canéfora (conilon e robusta). Além da demanda, o cultivo também pode ser beneficiado pelas extensas áreas planas distribuídas por toda a região, viabilizando a colheita mecanizada e reduzindo significativamente custos de produção.
O pesquisador explica que na escala da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA), padrão internacional para classificação da qualidade de bebida, alguns materiais de café arábica dessa primeira colheita ultrapassaram 80 pontos, numa escala de 0 a 100, que é um valor comparado ao de cafés especiais. As bebidas produzidas com a cultivar de café arábica em teste demonstraram um padrão de corpo acentuado, cremoso, baixa acidez e sabores que remetem ao caramelo e chocolates. Participantes de eventos realizados no Estado de Rondônia também receberam amostras desse café e elogiaram a bebida como de sabor suave e aroma marcante.
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