Dois candidatos disputam a presidência da Câmara para os dois últimos anos de mandato

 Alessandro Emergente

Dois vereadores estão na disputa pela presidência da Câmara Municipal. O eleito comandará o Legislativo alfenense nos dois últimos anos da atual legislatura. Enéias Rezende (PRTB) e Waldemilson Bassoto (Padre Waldemilson/PROS) são os nomes colocados para a disputa do comando da Casa.

A eleição da Mesa Diretora será na última sessão ordinária do ano, que ocorre na primeira quinzena de dezembro. Os candidatos podem se inscrever até a última sexta-feira antes da eleição. Não há formação de chapas, uma vez que as candidaturas (para presidente, vice-presidente, 1˚ secretário e 2˚ secretário) são avulsas.

Há uma novidade para a eleição deste ano: será a primeira com voto aberto. Na atual legislatura, os vereadores aboliram o voto secreto na Câmara Municipal.

Os candidatos estão na fase de articulação. Padre Waldemilson admite que seu adversário esteja em vantagem, neste momento, com o apoio de sete vereadores contra cinco do candidato do PROS. Mas faz um alerta: se conseguir um desses votos, hoje de Enéias, Padre Waldemilson vence a disputa, uma vez que o empate o favorece. Como obteve mais votos nas eleições municipais de 2012, ele seria eleito.

“Simpatia do governo”

Há um detalhe que pode contar a favor da candidatura de Padre Waldemilson para reverter o atual contexto: o de estar aliado ao governo. O próprio vereador admite que sua candidatura é “mais simpática” a administração municipal, mas acredita que uma eventual presidência Enéias não prejudicaria a relação da Câmara com o Poder Executivo. O próprio Enéias diz que seria uma relação harmônica e independente. Oficialmente, o governo prefere ficar longe da discussão sob a alegação de não interferir, respeitando a independência da Câmara. 

Nos bastidores, a informação é que a base de apoio a Enéias é a mesma que levou Hemerson Lourenço de Assis (Sonzinho/PT) à presidência da Câmara no início da atual legislatura, enquanto o apoio a Padre Waldemilson viria do grupo de apoio ao então candidato na época Francisco Rodrigues da Cunha Neto (Prof. Chico/PDT), que era apoiado pelo governo. Haveria apenas uma alteração na composição dos grupos, mas sem alteração numérica. Na época, o voto era secreto. 

Propostas

Enéias diz que pretende avançar nas questões administrativas, referindo-se a gestão da Câmara Municipal. Chega a usar o termo “choque de gestão” para implementar mudanças significativas na condução gerencial, sinalizando investimentos para a estruturação do Legislativo. 

Uma das preocupações, segundo Enéias, é melhorar a imagem na Câmara Municipal junto à sociedade. Para isso, pretende estabelecer uma aproximação do Legislativo com as diversas instituições do município. Sobre a relação com o governo, diz que será um relacionamento respeitoso e harmônico.

Também preocupado com a imagem do Poder Legislativo, Padre Waldemilson diz que articulará mudanças para moralização, referindo-se a critérios mais restritivos em relação a concessão de diárias. O assunto enfrenta residências de parte dos vereadores. No início deste ano, um projeto de lei propondo regras mais restritivas para liberação de diária, que tinha Padre Waldemilson como principal articulador, acabou arquivado.  

O parlamentar também promete mudanças na gestão administrativa, com a diminuição do quadro de funcionários e ampliação dos serviços à comunidade. A fórmula seria dar mais eficiência ao funcionamento gerencial do Legislativo.