Postado em domingo, 5 de outubro de 2014
às 23:49
Pichações com o nome PCC mostram domínio do crime em conjunto habitacional
Essa é a realidade do Condomínio Alfenas, no Jardim São Carlos, invadido por criminosos.
Alessandro Emergente
Uma situação de abandono pelo poder público e medo. Essa é a realidade do Condomínio Alfenas, no Jardim São Carlos, invadido por criminosos.
As marcas do crime estão nas paredes dos corredores dos prédios, onde os criminosos mostram ousadia ao fazerem pichações. Até mesmo a sigla da facção criminosa do PCC (Primeiro Comando da Capital) pode ser vista nas paredes. Acuadas, as famílias demonstram medo.
Há duas semanas um grupo de moradores se reuniu com o 1º Tenente da PM, Fábio José Castro Oliveira (Ten. Castro), comandante do 1º Pelotão da Polícia Militar, e com o secretário municipal de Defesa Social, Vander Cherri. Eles foram pedir “socorro” ao poder público.
Alguns apartamentos no Condomínio Alfenas foram invadidos e ocupados por criminosos, que passaram a controlar o local. Um dos moradores relatou que conhece um família contemplada com um apartamento, mas que paga aluguel em outro local porque o seu imóvel foi invadido. Por medo, resiste em oficializar a denúncia sobre essa situação.
De acordo com os moradores, o problema das invasões pode ter ocorrido devido o prazo para mudança para o local após a entrega das chaves. Na época, a Caixa Econômica Federal (CEF) disponibilizou um vigia na portaria por um período de apenas 30 dias, mas muitas famílias demoraram para a mudança.
A Caixa, segundo representantes da prefeitura, já estaria ciente de que muitos imóveis foram ocupados por pessoas que não são os verdadeiros contemplados, uma vez que uma lista formal foi encaminhada ao órgão.
Madrugada tensa
Os moradores do local têm dificuldades até de dormirem à noite. Após um dia de trabalho, muitos não conseguem dormir, uma vez que o tráfico de drogas é intenso durante a madrugada. No período da manhã, ao contrário, a situação se acalma porque é justamente o horário de descanso dos criminosos.
Segundo relatos de um dos moradores, a situação é tão grave que, durante todo o dia, são obrigados a conviverem com o cheiro de droga e presenciar cenas preocupantes: de usuários, que residem no condomínio, consumirem entorpecentes com crianças no colo.
Outros problemas também foram relatados como falta de extintores nos prédios, telas laterais arrebentadas para esconderem drogas no mato ao lado e relógios danificados indicando “gatos de energia elétrica”. Uma das reivindicações dos moradores era a “individualização” das contas de água, o que foi aceito recentemente pela Copasa após intermédio da Secretaria Municipal de Habitação. Alguns moradores não pagavam a parte da conta que lhes cabiam, o que provocou dívidas do condomínio com a empresa.
Alternativas
O oficial da PM informou que a corporação já faz um policiamento ostensivo no local e que uma alternativa para ajudar esse trabalho é a formação da Rede de Vizinhos, programa em que os moradores e a PM firmam uma parceria.
Uma das reivindicações era a instalação de um posto policial no Condomínio Alfenas, mas a iniciativa, segundo a PM, não pode ser implementada devido o condomínio ser privado.
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