Postado em domingo, 27 de abril de 2014

Projeto que muda regra para contratar jornalista perde força e até presidente diz ser contra

Sonzinho disse que é contrário a mudança proposta no projeto que ele assinou.


 Alessandro Emergente

O projeto de lei que muda as regras para contratação de um assessor de imprensa na Câmara Municipal perdeu força e corre o risco do item sair de pauta. O próprio presidente da Câmara Municipal, Hemerson Lourenço de Assis (Sonzinho/PT), procurou a reportagem para dizer que é contrário a mudança proposta no projeto que ele assinou.

A proposição, que também inclui mudanças na contratação para outros cargos, entrou na pauta de votação da última terça-feira, mas não chegou a ser votada. O vereador Evanílson Pereira de Andrade (Ratinho/PHS) pediu vista (adiamento da votação) por 15 dias, solicitação aprovada pelo plenário.

Isso significa que o projeto só poderá ser incluído novamente na pauta de votação depois do dia 7. Até lá, informou um vereador à reportagem, a tentativa será retirar do projeto o item que modifica o pré-requisito para contratação de jornalista para a Câmara.

Alteração

Pelo Plano de Cargos atual, a vaga de assessor de imprensa só pode ser preenchida por jornalistas com curso superior específico na área. A mudança retira essa obrigatoriedade e diz que basta a “experiência” em jornalismo, porém sem fixar nenhum tempo mínimo de experiência. Na prática, isso significa que bastaria a “experiência” de um dia de atividade. Além disso, não exige nem mesmo ensino fundamental para o cargo.
 

 O presidente da Câmara, Hemerson Lourenço de Assis/Sonzinho, diz ser contra
o projeto assinado por ele (Foto: Alessandro Emergente/Arquivo)

O projeto de lei perdeu força, uma vez que dois dos três vereadores que assinam a proposição disseram à reportagem que são contra a medida e que assinaram por engano.

Primeiro foi Jairo Campos (Jairinho/PDT) que entrou em contato com a reportagem para manifestar-se contrário. Logo após a sessão legislativa de terça-feira, Sonzinho também disse à reportagem ser contra a alteração do pré-requisito para assessor de imprensa.

Secretário-geral

Os dois vereadores concordam com a mudança de pré-requisito para o cargo de secretário-geral da Câmara, que hoje só é preenchido por quem tem curso superior em áreas específicas, determinados no Plano de Cargos. A mudança amplia para qualquer curso de graduação.

O presidente da Câmara Municipal disse que assinou o projeto de lei devido a mudança no cargo de secretário-geral e que o anexo foi modificado sem que ele concordasse. Na cópia distribuída à imprensa, a assinatura dos autores aparece no projeto, mas não no anexo.

Com a manifestação do presidente da Câmara Municipal, o projeto de lei perde força. Dois dos três vereadores que assinam a proposição são contrários a alteração, restando apenas o vereador Enéias Rezende (PRTB).

 



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