Postado em quarta-feira, 12 de março de 2014 às 09:21

Qualidade da água é colocada em discussão por ambientalista; protesto foi feito em Alfenas

O ambientalista Itamar Silva percorreu alguns pontos para alertar sobre o assunto.


 Alessandro Emergente

A decisão da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) em recorrer à cidades vizinhas para abastecer as unidades de hemodiálise dos hospitais de Alfenas provocou novos questionamentos sobre a qualidade da água oferecida aos consumidores. Na semana passada, o ambientalista Itamar Silva percorreu alguns pontos, com grande fluxo de pessoas, para alertar sobre o assunto.

A empresa, responsável pelo tratamento de esgoto do município, optou por captar água em poços artesianos localizados no Distrito de Cavacos, em Alterosa, e anteriormente no município de Divisa Nova.

De acordo com a Copasa, a ação é preventiva diante dos efeitos da estiagem que tem atingido o Lago de Furnas. A argumentação é que, com o nível da represa baixo, a proliferação de algas aumenta, porém qualquer tipo de contaminação foi negado. 

Itamar Silva no hall da Câmara Municipal pouco antes do início
da sessão legislativa (Foto: Alessandro Emergente)

“Essa é uma medida preventiva, para resguardar os pacientes da hemodiálise, que precisam de uma água mais pura”, disse o técnico em química da Copasa Carlos Viana, em entrevista recente à EPTV. “A água captada de Furnas e distribuída em Alfenas é de boa qualidade e não oferece risco nenhum para a população. Todos podem consumi-la tranquilamente”.

A água distribuída para a população de Alfenas é captada pela Copasa no Lago de Furnas, que está com 757 metros acima do nível do mar, ou seja pouco mais de 10 metros abaixo do nível máximo. O volume útil da represa chega a ser de apenas 31,69%, de acordo com os dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) na última segunda-feira.

Preocupação

Mas, para o ambientalista Itamar Silva, a decisão da Copasa de buscar alternativas para não oferecer aos pacientes a água disponibilizada para o restante da população é um indicativo preocupante. Diz que, no mínimo, a qualidade da água não é ideal. Cita, por exemplo, que a estiagem elevou a temperatura da água e reduziu a oxigenação.

Na semana passada, Silva distribuiu panfletos alertando a população sobre a situação. Ele esteve na porta da Câmara Municipal e de alguns pontos comerciais da cidade, aproveitando o grande fluxo de pessoas.

O ambientalista teme a contaminação por cianobactérias, problema que atingiu, segundo ele, Caruaru, em Pernambuco, e resultou na morte de 64 pacientes de hemodiálise em 1996. Por isso, observa que a medida preventiva adotada pela concessionária é importante. “Podemos considerar então que a preocupação da Copasa procede", diz.

Hemodiálise

Os caminhões da Copasa vinham transportando diariamente 56 mil litros de água do Distrito de Cavacos para abastecer os setores de hemodiálise em hospitais de Alfenas. Em Divisa Nova, vinham sendo retirados, no início de fevereiro, 45 mil litros de água em média.

A hemodiálise é um tratamento feito para filtrar o sangue de pessoas com problemas renais e, neste tipo de tratamento, a boa qualidade da água é fundamental. Segundo a Copasa, só o setor de hemodiálise do Hospital Alzira Velano recebe, em média, 14 mil litros de água todos os dias. 



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