Postado em domingo, 5 de maio de 2013
às 17:14
ONG promove projetos de conscientização nas escolas de Alfenas
A Saepa iniciou um projeto, junto às escolas, de conscientização de crianças e adolescentes sobre a valorização e o respeito aos animais.
Alessandro Emergente
A Saepa (Sociedade Alfenense de Educação para a Proteção Animal) iniciou um projeto, junto às escolas, de conscientização de crianças e adolescentes sobre a valorização e o respeito aos animais.
A iniciativa é uma das propostas da ONG (Organização Não-Governamental), criada oficialmente em setembro de 2011 e que, em junho do ano passado, começou a receber adesões de voluntários. Na época, um grupo de ativistas se reuniu para iniciar um trabalho de proteção aos animais.
Duas escolas particulares de Alfenas já abriram as portas para o Projeto Viva-Animal. A intenção é atingir também alunos da rede pública e, para isso, já foi feito contato com a prefeitura para que seja firmada uma parceria.
Nas salas de aula, os voluntários exibem o vídeo educativo “Fulaninho, o cão que ninguém queria”, produzido pelo Instituto Nina Rosa, e, a partir dele, promove discussões sobre temas como posse responsável do animal e a importância da castração. Uma cartilha educativa também está sendo entregue aos estudantes.
Foto: Alessandro Emergente
Os voluntários da Saepa Paula Gonzaga, Marcela Novack Amaral,
Janaína Santos e Carlos Giovani do Nascimento
Segundo Janaína Santos, coordenadora do Projeto Viva-Animal, o objetivo da Saepa é, no futuro, promover oficinas de capacitação dos professores para que estes possam dar continuidade no processo de conscientização, trabalhando os temas em sala de aula. A capacitação dos educadores em outras cidades do país é realizada pelo Instituto Nina Rosa.
O trabalho contínuo já é realidade em Cascavel (PR) e em alguns municípios do interior paulista, como Araras e Rio Claro. Na capital paulista, Janaína cita um programa permanente de educação humanitária.
Cobrança
Outra linha de atuação do grupo de voluntários da Saepa é a cobrança de políticas públicas direcionadas aos animais. Por isso, os integrantes da ONG têm participado semanalmente das sessões legislativas e agendado reuniões com representantes do Poder Executivo. “Temos que ser cidadãos para poder cobrar”, diz a advogada Paula Gonzaga Savioli.
Foto: Divulgação/Saepa
As aulas de conscientização e valorização dos animais já
começaram em algumas escolas da rede privada
Uma das cobranças tem sido o cumprimento de uma lei municipal (n˚ 3.220/2000) que prevê, em seu artigo 5˚, castração gratuita de cães e gatos. A luta dos voluntários da Saepa é para que a determinação legal – que nunca foi cumprida – saia do papel 13 anos após a lei ser sancionada pelo então prefeito Hesse Luiz Pereira, atualmente vereador pelo PSDB.
Segundo os integrantes da Saepa, o assunto já vem sendo discutido com o prefeito Maurílio Peloso (PDT) e a expectativa é que possa ser firmado um novo convênio com a Unifenas (Universidade José do Rosário Velano) para o cumprimento da lei municipal.
Feira de adoção
Na última quinta-feira (02), em uma reunião no gabinete do prefeito, ficou acertada a realização, pela Saepa, de feiras de adoção de animais com cães do Canil Municipal. A ONG promove adoções de cães castrados ou com termo de compromisso de castração.
Fotos: Alessandro Emergente/Arquivo
Em 2013, os integrantes da Saepa têm marcado em todas as sessões da Câmara Municipal
Segundo os voluntários da Saepa, o ideal é que 70% das fêmeas sejam castradas, o que evitaria a proliferação de cães pelas ruas. Lembram que com o fim da eutanásia de cães sadios, lei aprovada em 2011, a castração passa a ser a única estratégia para o controle de natalidade dos caninos.
Em fevereiro, o professor Carlos Giovani do Nascimento usou a tribuna da Câmara Municipal para apresentar a Saepa e, na época, lembrou que o custo com uma política pública de castração é menor do que as despesas com uma política de extermínio dos animais. A política de controle de animais tem que existir porque envolve a saúde pública, lembra o integrante da ONG.
Adesão
Atualmente, a Saepa tem 58 voluntários que executam projetos com diretrizes educacionais. Portanto, os voluntários da ONG não adotam a concepção de abrigos por entenderem que é preciso trabalhar a origem do problema, pressionando o poder público.
O site da Saepa apresenta os trabalhos da entidade e divulga cães para adoção. São animais recolhidos em “lar temporários” de voluntários para que sejam adotados já castrados ou com o compromisso de castração em alguns casos.
No início deste ano, a ONG foi declarada pela Câmara Municipal como de utilidade pública municipal. Este é um dos pré-requisitos – além do tempo de atuação – para que possa integrar a lista de subvenções do município para execução de projetos. Porém, os voluntários dizem que ainda não foi definido se a Saepa irá pleitear recursos públicos, uma vez que atualmente a entidade é apenas de voluntários.
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