Postado em domingo, 23 de dezembro de 2012 às 12:05

Presidente da ONS virá a região para debater seca no Lago

O diretor geral da ONS, Hermes Chipp, confirmou uma visita a região para tratar do problema do baixo nível do reservatório de Furnas


Alessandro Emergente

O diretor geral da ONS (Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp, confirmou, na quinta-feira (20), uma visita a região para tratar do problema do baixo nível do reservatório de Furnas. A vinda foi acertada em um encontro com o deputado estadual Pompilio Canavez (PT) que esteve no Rio de Janeiro, sede da ONS, discutindo o tema.

Segundo Chipp, em entrevista à Folha do Lago, a visita será agendada logo após o período festivo de fim de ano. A previsão é que o dirigente da ONS visite o Lago de Furnas na segunda quinzena de janeiro.

Pompilio articula um encontro entre Chipp e os novos prefeitos. Após a segunda metade de janeiro, a Alago (Associação dos Municípios da Região do Lago de Furnas) já terá a frente um novo presidente, que ao lado de Pompilio seria um dos articuladores entre a direção da ONS e os prefeitos.

O deputado, que é ex-presidente da Alago, disse que o Lago de Furnas é o que tem a maior população no seu entorno e que gera uma economia mais diversificada. Por isso, reivindica que seja “obedecida a proporção do Lago”. “O reservatório de Furnas é o lago de cabeceira e, por isso, queremos que ele seja enchido primeiro”, diz.

Proporção

Atualmente, segundo o deputado, a quantidade de água que entra no reservatório é três vezes menos do que a que sai para abastecer outros reservatórios que estão na sequência. Enquanto entram 500 litros por segundo, deixam o lago 1,5 mil litros/segundo.

Fotos: Daniel Beraldo/Folha do Lago

O Lago de Furnas registra a maior seca dos últimos dez anos o que reflete na paisagem

“Estamos propondo que o Operador Nacional do Sistema segure mais a água para que em fevereiro o reservatório de Furnas esteja com pelo menos 50% de sua capacidade”, observa.

Outra proposta, que será encaminhada ao Ministério de Minas e Energia, é para a ampliação do número de concessões para termelétricas, incluindo a região.

A proposta de Pompilio para que as famílias, que dependem economicamente do Lago, sejam indenizadas em caso de baixo volume do reservatório foi apresentada oficialmente. Ela será encaminhada ao Ministério de Minas e Energia e discutida no Congresso Nacional caso o Governo adote a ideia.

Sensibilização

O diretor geral da ONS disse estar “sensibilizado” com a situação e que os objetivos da região e do Operador Nacional do Sistema são os mesmos: manter o reservatório cheio. O problema, segundo ele, é que o período úmido, que se inicia normalmente em outubro, atrasou dois meses. Por isso, o baixo nível do Lago.

“A meta, tanto nossa quanto da região, é a mesma. Não há contradição”, disse Chipp ao enfatizar os objetivos comuns de manutenção do nível do Lago de Furnas. “O esforço é para não baixar o nível da água nos lagos de cabeceira”.

O baixo volume de água no Lago de Furnas tem provocado prejuízos a região. O prejuízo afeta piscicultores, comerciantes e empresários do ramo de turismo, todos ligados ao potencial econômico gerado pelo Lago. 

Em novembro, o volume útil do reservatório chegou a 15,9% em novembro. Um ano antes, no mesmo período, este percentual era de 59%. Uma queda de mais de 72%.

De acordo com o boletim diário da ONS, até quarta-feira (19), o Lago de Furnas permanecia com um nível de 753 metros acima do nível do mar. Está a nove metros abaixo da cota mínima para que as atividades econômicas não sejam prejudicadas.

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