Usuário de crack é mantido em cárcere privado e sofre extorsão

Henrique Higino

Conhecida como um dos principais ponto de venda de crack na cidade, a rua Mato Grosso, no Bairro Santa Luzia, foi cenário de um cárcere privado que começou no domingo e acabou nesta quarta-feira com a intervenção da Polícia Militar.

A vítima, um homem de 30 anos, foi trancado em um cômodo de um imóvel por traficantes daquela rua e extorquido. Ele deixou o local apenas para comprar equipamentos eletrônicos para os traficantes.

O martírio do usuário de crack começou no domingo, quando ele foi em uma “biqueira” da rua Mato Grosso e gastou R$ 420 em crack.

Depois que o dinheiro acabou, foi trancado em um cômodo por um individuo identificado como Flavio Donizete Silva, conhecido como “Jesus”. Ele passou a extorquir o usuário.

“Jesus” teve apoio de um outro homem, identificado como Daniel Candido Rodrigues, 21 anos. No dia 22 de março, a menos de um mês, "Jesus" havia sido detido pela polícia por envolvimento com tráfico de drogas.

A Extorsão

“Jesus” teria exigido da vitima equipamentos de informática. De acordo com a ocorrência policial, para ter êxito na extorsão, “Jesus” teria dito a vitima que sua esposa e filhos estavam sequestrados e mantidos em um cativeiro.

Na terça-feira (dia 19), a vítima teve que se deslocar até uma loja de informática onde gastou R$ 2,5 mil em equipamentos de informática. Ele estava acompanhado de Daniel Candido. Os equipamentos teriam sido escondidos em residências da rua Mato Grosso.

A Prisão dos acusados

O abuso e a certeza da impunidade “derrubou a casa” dos suspeitos de cometerem o cárcere privado. Nesta quarta-feira, Daniel voltou na mesma loja com a vítima para que ela comprasse mais equipamentos eletrônicos. Enquanto isso, “Jesus” aguardava na rua Mato Grosso.

Flavio Donizete, o "Jesus" (negro) e Daniel Candido

Desta vez, a vítima avisou o dono da loja de informática que estava sendo extorquido e que chamasse a polícia. Os Militares chegaram ao local e prenderam Daniel Candido. Em seguida foram até a rua Mato Grosso e prenderam “Jesus”. Os equipamentos de informática adquiridos na primeira compra não foram localizados. Daniel e “Jesus” permanecem detidos à disposição da Justiça.