Décio decidirá nas próximas semanas sua ida para o Governo

Alessandro Emergente

O ex-vereador Décio Paulino deve decidir nas próximas semanas se aceita integrar a equipe de governo do prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT). O convite para integrar o primeiro escalão do governo foi feito no final do ano passado quando Décio anunciou sua saída do DEM, partido pelo qual disputou a eleição de 2010 como candidato a deputado estadual.

A expectativa de Décio é decidir “o mais rápido possível” seu destino político. Em suas próprias palavras, o “tempo está passando e é preciso definir”. Por isso, diz que pretende decidir o seu próximo partido até, no máximo, no início de abril. Mas antes disso, pode já definir se aceita ou não comandar a Secretaria de Desenvolvimento Rural.

Segundo Décio, o convite para que assumisse a Secretaria de Desenvolvimento Rural foi feito no final do ano passado. A ideia é não prolongar mais a decisão, que provocará uma intensa movimentação entre os partidos e afetará as articulações políticas para as eleições do ano que vem.

Embora ainda não admita, a tendência é que Décio assuma a Secretaria de Desenvolvimento Rural. Algumas limitações da pasta devem ser revertidas para que ele passe a dirigi-la. Diz que não gostaria que tais limitações continuassem caso a assumisse. A principal delas é a manutenção das estradas rurais que, segundo ele, é definida pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano.

Décio não vê sentido neste tipo de limitação. Para ele, atribuições como esta, que afeta diretamente a produção agrícola, tem que ser definida pela Secretaria de Desenvolvimento Rural e esta é uma das condições para que ele assuma o comando da pasta.

Hoje a Secretaria de Desenvolvimento Rural é comandada por Fábio Munhoz, filho do ex-prefeito Antônio Munhoz Leite (Toninho Munhoz). Na Câmara, o prefeito tenta criar uma nova Secretaria: a de Meio Ambiente e Limpeza Pública.

Partidos

Desde que anunciou que deixaria o DEM, Décio passou a ser cortejado por diferentes partidos que integram grupos políticos opostos da cidade. Partidos como PDT, PMDB, PSC, PSB e PSDB formalizaram convites de filiação.

Décio descarta a possibilidade de ir para o PT porque o convite, segundo ele, foi feito informalmente pelo presidente da Câmara, Vagner Morais (Guinho/PT).

Se confirmada sua ida para a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Décio deve migrar para um dos partidos da base aliada, o que descartaria sua ida para o PSDB que faz oposição a administração petista em Alfenas.

Embora tenha atuado como oposição ao ex-prefeito Pompilio Canavez (PT) enquanto foi vereador na legislatura passada e tenha sido candidato a vice-prefeito em uma chapa de oposição ao PT, Décio diz que tem recebido convites de grupos ligados a situação. Demonstra uma certa mágoa com o grupo de oposição ao afirmar que não houve procura somente de seu partido (o DEM).

Poder de Atrair

O histórico do grupo petista em atrair antigos membros da oposição é antigo. Colega de plenário de Décio na legislatura passada, o ex-vereador José Carlos Morais (Vardemá), hoje no PT, se posicionava muitas vezes contra o governo nas votações. Se candidatou, na última eleição, em uma chapa de oposição encabeçada pelo PCdoB.

A lista de antigos adversários que passaram integrar o Governo ainda inclui o ex-presidente do PSDB de Alfenas João Bosco de Azevedo que hoje coordena a realização de eventos da prefeitura. Pedro Alencar de Azevedo (Pedrinho da Telemensagem) é outro nome que passou a integrar o governo logo no início do primeiro mandato do PT a frente da prefeitura.

Outro caso recente é o do atual líder do Governo na Câmara Municipal, Evanílson Pereira de Andrade (Ratinho/PHS), que - embora integrasse um partido de situação - engrossava o grupo de oposição no Legislativo. Itamar Silva, que chegou a protestar contra a administração petista em frente o Fórum, hoje ocupa cargo na Secretaria de Desenvolvimento Rural.

Joselito de Souza (Lito), presidente do PTB/Alfenas, foi outro crítico feroz dos petistas durante a campanha eleitoral de 2004, mas acabou integrando a equipe de primeiro escalão a partir de 2009. Deixou o cargo recentemente.