Secretária não comparece e pede nova data para convocação

Alessandro Emergente

A secretária de Saúde, Ludmilla Rodrigues, não compareceu a sessão legislativa, desta segunda-feira, para informar problemas em atendimentos nos dois hospitais de Alfenas (HSC e HUAV) pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Os administradores dos dois hospitais também não compareceram, mas porque não chegaram a ser oficiados.

Um ofício, pedindo a presença deles para explicarem problemas nos atendimentos na saúde pública, foi aprovado pelo plenário na sessão anterior. Mas, de acordo com o peemedebista José Batista Neto, autor do pedido de convocação, houve um equívoco de interpretação do documento e o ofício não foi encaminhado aos administradores dos hospitais.

O peemedebista explicou que o documento aprovado é uma “convocação/convite”. Segundo ele, o pedido tem poder de convocação no caso da secretária e de convite aos administradores dos hospitais – Hospital Santa Casa (HSC) e Hospital Universitário Alzira Velano (HUAV).

O pedido foi formulado por José Batista após, segundo ele, receber diversas reclamações e constatar os problemas no atendimento pelo SUS. No início de janeiro, o Alfenas Hoje divulgou uma reportagem mostrando a falta de médicos nos hospitais

Ausência

Em relação a ausência da secretária, José Batista disse ter aceito a justificativa, uma vez que ela estava de viagem marcada e o período entre a convocação e a data para o comparecimento foi considerado curto. Segundo ele, a secretária justificou pessoalmente a ausência e se dispôs a comparecer em nova data. Ela própria teria relatado reclamações que vem recebendo.

Antes das explicações de José Batista, o vereador Sander Simaglio (PV) fez críticas a secretária por não ter documentado a ausência ao afirmar que “sequer ela respondeu” oficialmente o pedido. “Esta Casa não é de vereadores mirins. São vereadores eleitos”, declarou.

Ao ser lembrado pelo vereador Marcos Antônio de Souza (Marcos da Santa Casa/PPS) que ela irá comparecer em uma nova data, Sander rebateu: “Mas ela não documentou”.

Hospitais

Na sessão passada, os principais alvos de críticas do autor do pedido foram os administradores dos hospitais. Adiantou que quando não há justificativas por parte dos gestores para explicar os problemas que vêem ocorrendo eles não comparecem.

Nesta segunda-feira, José Batista enumerou diversos problemas no atendimento dos HSC e do HUAV. Relatou um caso, no HUAV, em que a paciente foi orientada pela manhã a voltar no final da tarde e quando voltou também não encontrou atendimento.

Em outro episódio, não havia ortopedista e a informação era de que o especialista estaria atendendo após às 13h, mas ao retornar às 14h ainda não havia atendimento por este tipo de profissional.

Em outro caso, desta vez no HSC, uma paciente, com uma fratura no braço, buscou atendimento pelo SUS e não foi atendida, mas quando acionou o particular – segundo o vereador - o médico apareceu rapidamente. “Ele apareceu com tanta rapidez que só poderia estar escondido atrás da porta”, ironizou.

O presidente da Câmara, Vagner Tarcisio de Morais (Guinho/PT), disse que o pedido de José Batista tm como objetivo identificar a causa do mau atendimento nos hospitais e criticou a ausência de pediatras. Disse que a prefeitura repassa mensalmente cerca de R$ 600 mil ao HUAV e R$ 400 mil ao HSC.

Sobre o problema de zoneamento no atendimento a saúde, Guinho disse concordar com críticas feitas, pouco antes, por Marcos da Santa Casa. A reclamação é que, em alguns casos, é preciso ser analisado novamente para redefinir algumas áreas e evitar que alguns pacientes, em alguns casos idosos, tenham que se deslocar distâncias consideradas grandes em relação as unidades.

Durante a sessão quatro novos projetos de lei deram entrada na Casa. Um deles estabelece a volta do sistema de rodízio nos plantões para a s farmácias e drogarias. Em 1º turno, foi aprovada a alteração da Lei Municipal nº 4150/2009.