Postado em segunda-feira, 11 de maio de 2009

Delegado irá pedir interdição da Boca da Mato Grosso

Os Delegados Rafael de Souza Horácio e Hudson Brandão pretendem pedir, na Justiça, a interdição dos imóveis numeros 54 e 58, usados pelo tráfico, ambos na Mato Grosso


Henrique Higino

Os Delegados Rafael de Souza Horácio e Hudson Brandão pretendem pedir, na Justiça, a interdição dos imóveis numeros 54 e 58, ambos na Rua Mato Grosso. As casas são geminadas e funcionam como ponto de venda de drogas.

O anuncio da interdição foi nesta tarde, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, e deve ser encaminhado à Justiça nos próximos dias. Um perito da Polícia Civil esteve no local e registrou o interior da casa.

Delegado Hudson Brandão observa pichação na parede. Rafael de Souza e PMs vistoriam o imóvel usado pelo tráfico

Do lado de dentro, não precisa ser bom observador para perceber que o imóvel funciona somente para o comércio de drogas: havia apenas marmitex (para os traficantes) e muito papel alumínio, usado para embalar drogas. Não há nenhum eletrodoméstico. No lugar dos móveis, muita sujeira e latas de cerveja vazia. Apenas uma cama, aparentemente quebrada, compõe o ambiente vazio.

Desta vez, ninguém foi preso no interior da boca. Mas, um marmitex, parcialmente consumido, indica que os traficantes deixaram o local minutos antes da chegada da polícia. Na parede, uma pichação chama a atenção e mostra o receio do trafico: “Regra principal – mantenha distância da polícia”, dizem as letras.

Esta casa e, pelo menos outros três, desta mesma rua, estão na mira da polícia há vários meses. A investida da policia (Civil e Militar) contra estes imóveis é constante. Essa mesma casa foi invadida pela Polícia Militar há menos de 15 dias. Na ocasião, dois homens foram presos, além de 100 pedras de crack apreendidas, prontas para serem vendidas.

Casa interditada

Caso a Justiça acate o pedido do Delegado Rafael de Souza Horácio, este será o segundo imóvel lacrado por envolvimento como ponto de tráfico de drogas. Em junho de 2007, a então Juíza de Direito da Vara Criminal da Comarca de Alfenas, Adriani Freire Diniz Garcia, determinou a “indisponibilidade temporária” de um imóvel situado na rua Evaristo da Veiga.

O Delegado pretende lacrar o imóvel e se for preciso demolir a casa. O nome do proprietário desta residencia ainda é incerto. O Delegado avisa que com a interdição a Polícia poderá entrar a qualquer momento na casa, inclusive à noite. Ele ressalta que o pedido de interdição "será feito junto com a Polícia Militar"

Fontes policiais estimam que a “boca da Mato Grosso” fatura, por dia, cerca de R$ 5 mil com a venda de crack e cocaína. Este valor pode chegar até R$15 mil nos finais de semana.

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