Postado em domingo, 3 de maio de 2009

Buraco feito pela polícia é usado pelo tráfico de drogas

Uma abertura na parede, feita pela PM, passou a ser usada pelo tráfico para fornecer drogas aos usuários que freqüentam uma das bocas da Rua Mato Grosso, no Santa Luzia


Henrique Higino

Os traficantes desdenham a repressão policial contra o tráfico. Menos de quatro dias após a Polícia Militar fazer um buraco na parede de uma residência para prender traficante, a abertura, feita com uma barra de ferro, passou a ser usada pelo tráfico para fornecer drogas aos usuários que freqüentam uma das bocas da Rua Mato Grosso.

Tráfico "aproveita" buraco na parede para vender drogas

O buraco foi feito pela PM no último dia 29 - durante cumprimento de mandado de busca e apreensão - porque a “boca” possui um esquema reforçado de fechaduras. O interior do imóvel, completamente vazio, serve apenas para traficar crack e cocaína, agora, entregue aos usuários através da abertura usada pela Policia para ter acesso à residência. Essas casas estão na mira da Policia há muito tempo, mas a briga é de gato e rato.

A favor dos traficantes, tem a conivência de alguns moradores e “olheiros” nas esquinas, a maioria de 12 a 17 anos.Mas, mesmo assim, as forças policiais (PM, Civil e GM) se esforçam para acabar com o tráfico naquele local. Além do “apoio externo”, os traficantes contam com eficientes travas nas portas das “bocas” e, devido aos esquemas de segurança, que atrasam a ação policial, muitas vezes conseguem escapar do flagrante.

Na última investiga policial nas “bocas da Mato Grosso”, os militares prenderam dois acusados de tráfico, além de cocaína e uma grande quantidade de crack.

Mas, bastou o anoitecer para o comércio seguir seu ritmo normal. Na noite de sexta-feira, a reportagem do Alfenas Hoje percorreu as “bocas da Mato Grosso” e constatou a normalidade naquele comércio. A única alteração foi o buraco feito na parede, antes acesso da PM e agora canal de entrega de crack e cocaína.

Pichação com sigla PCC na Mato Grosso

Outro detalhe que chama a atenção na rua Mato Grosso é uma pichação feita na parede de um imóvel. As letras fazem uma alusão ao  PCC (Primeiro Comando da Capital) e PCMG, que, segundo fontes policiais significa Primeiro Comando de Minas Gerais.

As bocas da Mato Grosso funcionam 24 hs. Fontes policiais estimam que elas são umas das mais rentáveis da cidade, com um faturamento médio de R$ 5 mil ao dia, chegando até R$ 15 mil em finais de semana. Cada pedra de crack é vendida a R$ 8 durante o dia e R$ 10 a noite. O papelote de cocaína tem o mesmo preço em qualquer horário: R$ 10.

A repressão policial, mesmo com efetivo e “apoio popular” limitado, é intensa e atuante, confrontando com o arcaico Código Penal Brasileiro da década de 40. Enquanto isso, a briga de gato e rato continua. Ao contrário do reduzido número de policias (71 Pms), os traficantes de crack se proliferam com suas “bocas” e, com as “garantias legais”, têm a certeza da rápida liberdade quando são presos.



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