ONGs buscam na Câmara alternativa para canil

Alessandro Emergente

As entidades de defesa dos animais de Alfenas vão buscar um novo caminho para solucionar a situação do canil municipal, que é alvo de críticas das ONGs (Organizações Não-Governamentais). Após tentativas frustradas com a administração municipal, a alternativa é tentar construir uma solução através do Poder Legislativo. O presidente da Câmara, Eliacim do Carmo Lourenço (PCdoB), já colocou a Casa Legislativa à disposição das ONGs para que possa ser encontrada uma solução.

A situação do Canil foi tema de uma audiência pública no dia 08 de fevereiro, quando foi formada uma comissão, formada por representantes das ONGs, da Câmara e da prefeitura, para encontrar uma alternativa para melhorar a política adotada para o controle dos cães rua. A Sopranas (Sociedade Protetora dos Animais) e a Fundação São Francisco de Assis de Proteção dos Animais queriam uma parceria com o município se dispondo, inclusive, a atuarem como voluntárias na administração do canil, desde que a munipalidade custeasse as despesas. A tentativa de negociação foi frustrada com a recusa da prefeitura.

De acordo com o diretor de Finanças da Sopranas, Paulo Roberto Prado, o município não quer a parceria e foram “taxativos” ao negarem a proposta das ONGs após três reuniões. Nem a proposta de trabalho voluntário que poderia reduzir custos foi capaz de convencer a administração. “O prefeito não se interessa”, disse Prado.

A prefeitura, através de sua assessoria de imprensa, não retornou o e-mail enviado pela reportagem na quinta-feira questionando a administração sobre o assunto. Quem vinha representando a prefeitura nas reuniões da comissão é o superintendente municipal de Meio Ambiente, Francisco Rodrigues da Cunha Neto.

Busca de Alternativa

Na última segunda-feira, durante a sessão legislativa, Eliacim colocou a Câmara Municipal à disposição das ONGs para que seja encontrada uma solução através do Legislativo. O parlamentar disse que tomou a decisão após ser procurado por integrantes da Sopranas que solicitaram apoio diante da recusa da prefeitura.

Segundo o presidente da Câmara, o caso foi encaminhado ao setor Jurídico para que analise uma possibilidade de alternativa para que, posteriormente, seja apresentada e debatida com as duas ONGs de proteção dos animais. A intenção é fazer um levantamento de experiências executadas em outras cidades do País e buscar alternativas, que podem ser aproveitadas na elaboração de um novo modelo no trato dos animais, previsto em um projeto de lei.

As entidades querem outro tratamento aos cães de ruas e uma das propostas é o investimento do Poder Público em uma política de esterilização dos animais, o que poderia ser feito através de convênio com a Unifenas (Universidade José do Rosário Velano). A realidade do Canil Municipal, denunciada pelas ONGs, está bem distante da idealizada pelos defensores de políticas públicas voltadas para o respeito aos animais.