Postado em sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Revitalização dá cara nova ao centro


Henrique Higino

Não precisa ser um bom observador para notar as mudanças acontecidas nos últimos meses na área onde está localizada a antiga rodoviária. O prédio, inaugurado na década de 70, está passando por uma transformação que muda, não somente à parte física, mas também o perfil do público que freqüenta o antigo terminal rodoviário de Alfenas. Pontos comerciais, na maioria ocupados por bares, tornava o local atrativo apenas para os apreciadores de bebidas alcoólicas, jogos e até em busca de prostituição. Atualmente, os antigos bares dão lugar a comércios, até então, pouco imaginados no local.

No final da gestão do ex-prefeito José Batista Netto, em 2004, a Praça Emilio da Silveira, em frente à rodoviária, passou por uma reforma que amenizou a imagem de abandono desta área central da cidade.

A praça reformada, com iluminação adequada, tornou-se um local mais familiar, seguro e aconchegante, sendo, inclusive, palco das “Serestas ao Pé do Abricó”, programa musical feito pela prefeitura nas noites de sábado e voltado principalmente para pessoas da terceira idade.

A praça, recém reformada e atrativa, passou a contrastar com o terminal abandonado, de aspecto sujo e comércios freqüentados por pessoas, em grande parte, envolvidas no excesso de consumo de álcool, drogas e até com passagens pela polícia.

Com a posse da atual administração municipal, em janeiro de 2005, o secretário de governo Luiz Antônio da Silva, anunciava que a mudança do aspecto físico e de freqüentadores iria mudar na região da antiga rodoviária. Os esforços para a mudança começaram logo no primeiro ano de governo e estão sendo concretizados agora.

O primeiro passo para a transformação do velho terminal rodoviário começou com a desativação de um bar que ficava bem em frente ao Fórum Milton Campos. O local era diariamente ocupado por mesas nas calçadas, onde dezenas de homens atrapalhavam o trânsito de pedestre para dedicar aos jogos de baralho, sempre acompanhado por muita bebida alcoólica e garotas de programa disponíveis para uma aventura.

O antigo bar deu lugar a casa do artesão. Um pequeno cômodo onde artesãos do município podem expor seus trabalhos. A loja foi a primeira a usar vidros na fachada e sua arquitetura contrastava com as velhas portas de aço dos outros cômodos.

As mudanças no comércio “imposto” pela prefeitura continuaram no antigo terminal. O segundo passo foi usar o cômodo onde ficavam os guichês das empresas de ônibus para a sede da Farmácia Popular, projeto do Governo Federal, com apoio da prefeitura, em que é possível comprar medicamentos por preços reduzidos.

Ainda na ambição de transformar o local, a prefeitura conseguiu fechar mais um bar, um dos últimos redutos de ponto de encontro de garotas de programa, usuários de drogas e desocupados. O cômodo, antes ponto de venda de bebidas alcoólicas, está sendo reformado e irá abrigar o posto do Psiu, um programa do governo estadual, em parceria com município, onde o cidadão poderá tirar documentos, como carteira de identidade e CPF.

A reforma

A reforma física continua a todo vapor. O antigo prédio começa a ganhar uma aparência mais moderna, com aspecto mais suave. Paredes sujas dão lugar a azulejos com cores alegres. Portas de aço, na maioria velhas e ultrapassadas, foram trocadas por vidros, colocados em todos os pontos comerciais.

A transformação da arquitetura em um prédio que fica em uma das partes mais movimentadas da cidade e o fechamento de pontos comerciais, muitas vezes com clientes inconvenientes, deve fazer desta região um ponto valorizado no comércio de Alfenas.

Para o comerciante Mateus Francisco de Oliveira, proprietário de uma tabacaria, a obra tem atraído novos clientes e “diminuiu a baderna que antes tinha no local”. Animado com a mudança, o comerciante espera que a prefeitura faça bom uso da área onde os ônibus intermunicipais estacionavam: “Espero que seja colocado uma feira de artesanato aqui”.

Outro comerciante satisfeito com a obra é Antônio Eugenio Lacerda, dono de uma lanchonete. Ele até resolveu fazer uma reforma no interior de seu estabelecimento depois que o prédio começou a ser reformado. Para Lacerda, o ambiente está ficando mais claro e a nova calçada facilita a limpeza. Ele aposta na nova iluminação para mudar o horário de funcionamento de seu estabelecimento. “Com a iluminação que vão colocar da para trabalhar até no período noturno”, avalia. Lacerda acredita que a reforma do prédio trará mais clientes para a lanchonete.

Arildo Antônio Pereira, proprietário de um bar, aprova a obra, mas está insatisfeito com alguns detalhes. Segundo ele, a porta de vidro colocada no seu comércio é diferente dos outros. “Não fizeram a caneleta para o vidro correr e isso pode fazer com que o vidro quebre”, reclama. Ele critica também a falta de “atenção” dos responsáveis pela obra. “Tem uma goteira em meu bar e falo com eles, mas ninguém resolve”, disse o comerciante, que apontou ainda um desnível no piso que foi assentado no local. “Torço para terminar logo, mas o serviço tem que ser bem feito”, concluiu.

A prefeitura pretende instalar no local onde os ônibus estacionavam um centro cultural, que poderá ser mais um motivo para atrair freqüentadores de todas as classes sociais.  A obra é financiada pelo Governo Federal e a previsão é que seja concluída no mês de abril. 



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