Postado em sexta-feira, 6 de abril de 2018
às 14:02
Volkswagen acelera o passo para voltar a liderar as vendas de carros no Brasil
Volkswagen promete mais de 20 lançamentos até 2020. Estão na conta novidades como Gol e Voyage automáticos, cinco SUVs, uma picape inédita e outros
A Volkswagen comemora bons números de vendas nesse primeiro trimestre. Segundo Pablo Di Si, presidente da montadora para América do Sul, Central, Caribe e Brasil, as vendas aqui avançaram 32% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o mercado geral cresceu 15%.
O resultado anima a meta anunciada de retomar a liderança de mercado nos próximos dois anos. Polo, Virtus e Amarok V6 puxaram a fila. Até julho, Gol e Voyage - produzidos em Taubaté (SP) - começam a chegar ao mercado em versões equipadas com câmbio automático de seis marchas. Os cinco modelos entram na conta dos 20 lançamentos anunciados para até 2020.
Essa conta inclui os cinco SUVs prometidos para operíodo. Segunda-feira a Volkswagen a nunciou investimento de R$ 2 bilhões para começar a produzir o utilitário esportivo T-Cross em São José dos Pinhais (PR), com previsão de chegar às lojas no primeiro semestre de 2019. Agora em abril, começam as vendas do novo Tiguan trazido do México nas versões de cinco e sete lugares.
Posicionado entre esses dois modelos, também no próximo ano virá da Argentina o SUV médio Tharu ou Tarek - o nome ainda está indefinido -, resultado de investimento de outros R$ 2,1 bilhões na fábrica de Pacheco. Três dos cinco SUVs anunciados estão definidos.
Pergunto a Di Si se não haveria espaço para um utilitário esportivo abaixo desses modelos. Ele responde com um lacônico “dos cinco faltam dois”. Diante da sugestão de que a flexível plataforma MQB aplicada ao T-Cross poderia permitir um SUV menor, o executivo silencia. Mas o desenvolvimento de uma picape intermediária também já está confirmada.
A boa aceitação de Polo e Virtus contribui muito para o sucesso de vendas da marca, mas também cria problemas. Lojistas ouvidos por Autoesporte dão conta de mais de 90 dias de atraso para entrega da versão mais luxuosa do Polo, a Highline equipada com painel digital. Dificuldades na produção das rodas do modelo também colaboraram para a demora na entrega do carro. “A falta de telas digitais tem sido um problema no mundo todo, a demanda é muito grande”, afirma Di Si. O executivo admite que, embora reduzidas, ainda há dificuldades com fornecedores: “Chegamos a lidar com três mil carros incompletos por dia no pátio.
A cadeia de fornecedores leva de seis meses a um ano para reagir”, comenta.Di Si lida hoje com um bom problema. Com as quatro linhas de montagem instaladas no Brasil operando a 65% de sua capacidade, a unidade Anchieta, de São Bernardo do Campo (SP), onde são feitos Polo, Virtus e Saveiro, “hoje produz 1.096 carros por dia, para uma capacidade de 1.100”. O executivo afirma estar “pensando rápido” sobre o que fazer, ao passo que também conta com a breve definição do Rota 2030, que vai definir a política industrial do setor.
Di Si estima para 2022 ou 2023 a volta aos patamares de produção de 2012. Decisões do governo à parte, o executivo fala em apostar no mercado externo: “Exportamos 170 mil unidades em 2017, a meta é de 180 mil para este ano. É uma fábrica e meia. E queremos exportar para muito longe”, afirma, fazendo mistério.
O presidente da Região SAM da Volkswagen fala com orgulho sobre a exportação do motor 1.4 TSI produzido em São Carlos (SP) para equipar o Jetta montado no México: “O carro é vendido nos Estados Unidos e tem aprovação das rigorosas leis de controle de emissões da Califórnia.”
Com passagem pelo futebol profissional - foi meio-campista do Huracan, time de Buenos Aires -, Di Si destaca a “importância da cultura da empresa, investir no sentimento de orgulho”. Marca presença constante no chão das fábricas e na rede de concessionárias, e, como um dirigente de futebol que percebe quando a equipe está muito inchada, não evita cortar excessos: desde que assumiu, em outubro, reduziu o número de revendas de 750 para 620. “Vamos continuar reduzindo, substituindo e também abrindo novas”, afirma.
Fonte:G1