Postado em terça-feira, 3 de outubro de 2017 às 09:45

Pequenos negócios geram mais de 50% dos empregos no Sul de Minas, diz Sebrae.

Região tem 99 mil micro e pequenas empresas. Sebrae leva atividades a 18 cidades na semana dedicada aos empreendedores.


Os negócios de empreendedores individuais, micro e pequenas empresas já representam números significativos em Minas Gerais. São mais de 2 milhões de empresas abertas nestas categorias, que também incluem os produtores rurais. No Sul de Minas, a participação destes negócios já é maioria na hora de empregar mão de obra – mais de 50% dos empregos formais na região vêm das chamadas MPE.

Os dados são do Sebrae Minas, que durante a primeira semana de outubro promove atividades em 130 cidades para lembrar o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, comemorado no próximo dia 5.

Em entrevista ao G1, o gerente da Regional Sul do Sebrae Minas, Juliano Cornélio, destacou a participação dos pequenos negócios na economia local.


“Nossa região é lembrada por polos em setores importantes de pequenas empresas. Temos como exemplo Juruaia, um polo da moda íntima, uma cidade de 10 mil habitantes que tem 200 indústrias e trabalha também com exportação. Jacutinga e Monte Sião são outros exemplos no setor de malharias. Fora todas as outras cidades com suas pequenas propriedades de café, que tem muita força, além do comércio nos setores de vestuário, alimentação e área de serviços”.

O Sul de Minas tem atualmente 99 mil micro e pequenas empresas nos setores de comércio, serviços, indústria e construção civil.

Para o gerente e empresário, a região tem características que favorecem a economia ligada aos pequenos negócios. “O Sul do estado é privilegiado em função da própria concentração de municípios. As 136 cidades estão a poucos quilômetros de distância, o que faz o recurso circular por essa região. Assim, as cidades podem descobrir seus valores, suas identidades e o que produzem de melhor”.



O turismo também tem participação ao trazer reconhecimento aos produtos mineiros. O destaque fica para a culinária, que traz a possibilidade de explorar a criação de festivais e eventos que produzem ganhos aos empresários, principalmente do setor de comércio, bares e restaurantes.

Com as incertezas da economia brasileira nos últimos anos, as empresas menores ganharam espaço para investir. “Houve uma grande procura por abertura desses negócios, levando em consideração que a grande maioria foi empreendendo por necessidade. Muita gente foi demitida e teve que buscar uma opção”.

Os reflexos destes investimentos, para o gerente regional, foram positivos.

“Pessoas que tinham seus talentos e sonhos conseguiram empreender e conquistar espaço. E estão conseguindo um bom desenvolvimento. Hoje são muitas instituições apoiando o pequeno empresário com tributos acessíveis, capacitação, acesso a crédito e políticas públicas criadas para este público”.

Mas o cenário também é cheio de desafios para quem decide se arriscar em um pequeno negócio. Juliano acredita que, com a Internet, a concorrência deixou de ser local, entre comércios vizinhos, e passou a contar com todas as partes do mundo, com a possibilidade de fazer compras pelo celular.

“Queremos chamar a atenção do empresário, que não basta ele olhar seu caixa, seu controle de gestão. É preciso conhecer seu cliente, fazer um atendimento diferenciado, trazer inovação e valorizar a participação da sua pequena empresa”.


Serão cursos, seminários, consultorias e orientações que acontecem em 18 cidades do Sul de Minas - Alfenas, Baependi, Extrema, Itajubá, Jacutinga, Lambari, Lavras, Machado, Monte Sião, Nepomuceno, Ouro Fino, Paraisópolis, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, Três Corações, Três Pontas e Varginha.

“Queremos trazer não só dicas, como cases de sucesso, de boas práticas e exemplos de empresários bem sucedidos, que vão contar como eles inovaram e conseguiram atrair mais clientes”.

Entre os convidados do evento está o sócio da maior empresa de e-commerce esportivo do mundo, além de consultores globais no tema de empreendedorismo.

O gerente do Sebrae acredita que otimismo será a palavra do evento para orientar os empresários no momento de incerteza.

“Aqui a gente não fala de crise. Os últimos anos foram difíceis, mas já há uma expectativa de crescimento do varejo para vendas no final do ano, o que é um sinal de retomada da economia. A pequena empresa tem uma agilidade maior de recuperação do que a grande empresa. É só o dono, a família, seus poucos colaboradores, então é mais fácil fazer mudanças e adaptações”.

Dicas para o futuro

Quem está pensando em abrir um negócio também é o convidado para o evento do Sebrae. Juliano explica quais são os principais erros na hora de começar um empreendimento.

"Em um momento de incerteza, a gente empreende com muita euforia. Eu vejo que a loja ali na esquina está vendendo muito e acho que abrindo uma loja daquela eu poderei ter o mesmo sucesso. É um grande engano".

Para o gerente, o sucesso está no conhecimento do negócio, um complexo sistema de gestão, além, é claro, de inovação.

"O empresário precisa estudar, buscar capacitação, entender muito bem seu tipo de negócio e inovar. Atrair seu cliente, seja pelas redes sociais ou pelo atendimento diferenciado. Ver o que o seu concorrente não oferece e que você pode oferecer".



As franquias, na visão de Juliano, também são um bom investimento para quem não entende de um tipo específico de empreendimento. A vantagem, neste caso, é o risco menor já que os processos são determinados pela empresa modelo.

"Hoje, o Brasil tem 1,5 mil franquias, 25 delas surgiram aqui no Sul de Minas. Só em 2016, oito novas empresas passaram a vender suas franquias na região. Isso significa que você não precisa ir buscar longe o seu negócio. Ele pode estar aqui, em alguma cidade da região".

Fonte: G1 Sul de Minas



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