Postado em segunda-feira, 22 de maio de 2017
Níveis de chuva caem pela metade nos primeiros meses do ano em relação a 2016 no Sul de MG
Segundo Inmet, período chuvoso foi mais seco que o normal na região; maior reservatório, Lago de Furnas fechou abril com menor nível em 1 ano e 4 meses.
O Sul de Minas apresentou déficit no volume de chuvas nos quatro primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os níveis de precipitação ficaram de 20% a 60% menores na região no 1º quadrimestre de 2017 em relação ao mesmo período de 2016, o que fez com que esse período fosse “mais seco que o normal” na região. O reflexo da falta de chuva pode ser percebido no Lago de Furnas, o maior reservatório da região, que fechou o período com nível 45% menor do que no ano passado.
Segundo o Inmet, o volume de chuvas entre outubro de 2015 a março de 2016, variou de 1,1 mil milímetros a 1,2 mil milímetros no Sul de Minas, enquanto no mesmo período entre 2016 e 2017, a precipitação ficou entre 700 milímetros a 1 mil milímetros. No período chuvoso, que vai de outubro a março, o único mês cujo volume de chuva ficou dentro da normalidade foi o mês de novembro, enquanto os demais meses ficaram aquém do esperado.
Como já estamos no mês de maio, a tendência é que a falta de chuva se alongue até o mês de setembro, já que, historicamente, conforme o Inmet, os totais mensais acumulados de chuva neste período ficam inferiores a 60 milímetros. Ainda conforme o órgão, o trimestre de julho a setembro é o mais seco para Minas Gerais, e as raras chuvas são irregulares e normalmente decorrem do avanço de sistemas frontais. As primeiras pancadas de chuva geralmente ocorrem em setembro e costumam apresentar intensidade moderada a forte, com rajadas de vento e queda de granizo, já que representam a transição entre o período seco e o início do chuvoso.
Impacto no reservatório e geração de energia
Além de impactar a agricultura, os índices menores de chuva também afetam os reservatórios e rios da região, responsáveis pelo abastecimento de água e a geração de energia. O Lago de Furnas, que abastece a hidrelétrica de mesmo nome em São José da Barra (MG), fechou o mês de abril com nível 45,59% menor do que o mesmo período de 2016. Se em abril de 2016 o lago estava com 77,23% de sua capacidade máxima, em abril deste ano o nível estava em 42,02% da capacidade, o menor nível desde dezembro de 2015.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os atuais níveis não representam risco de desabastecimento. No entanto, a energia deverá ficar mais cara já que será preciso utilizar mais as termelétricas para a geração.
“Não há risco de desabastecimento. O que acontece é que como as afluências no período úmido ficaram abaixo do esperado, será necessário utilizar mais térmicas para atender a demanda por energia e isso implica em maior custo de operação. Hoje já estamos na bandeira vermelha, o que implica em custo extra para o consumidor”, disse o órgão, através de sua assessoria de imprensa, ao G1.
O que pode dar um respiro para o lago é o fato do nível de Energia Natural Afluente, que é a quantidade de água que chega até os reservatórios das hidrelétricas, ter sido maior em abril (72,68) do que no mesmo mês de 2016 (71,56). Mesmo assim, no ano, o volume de água que entrou no reservatório é 26% menor do que no mesmo período do ano passado.