Postado em terça-feira, 4 de abril de 2017 às 14:21

Projeto recupera 202 nascentes em Minas

O projeto Proteção de Nascentes e Veredas já promoveu a recuperação de 202 nascentes na Bacia do Rio Paracatu, no Noroeste de Minas.


O projeto Proteção de Nascentes e Veredas já promoveu a recuperação de 202 nascentes na Bacia do Rio Paracatu, no Noroeste de Minas. A ação tem favorecido os produtores rurais que, além de aprenderem a preservar a fonte do recurso natural, também são beneficiados com o maior volume de água disponível. A recuperação dos mananciais permitiu o desenvolvimento da atividade agrícola irrigada ao longo de todo o ano. O resultado é a geração maior de renda para as famílias envolvidas no projeto.

O projeto Proteção de Nascentes e Veredas foi idealizado em 2011 pela Kinross - pertencente ao grupo canadense Kinross Gold Corporation e que opera a mina Morro do Ouro em Paracatu, na região Noroeste de Minas Gerais - com apoio da ONG Movimento Verde de Paracatu (Mover), do IEF (Instituto Estadual de Florestas) e proprietários rurais da região.

De acordo com o diretor de Licenciamento e Sustentabilidade da Kinross, Alessandro Nepomuceno, o investimento feito nos últimos cinco anos foi de R$ 660 mil. As expectativas para os próximos anos são positivas e a empresa já renovou a parceria com a ONG Mover para a continuidade do projeto.

“O projeto, na realidade, é muito barato pelo benefício proporcionado. A falta de água, pensando em toda a região, pode causar prejuízos bilionários. O diferencial do projeto é que trabalhamos junto aos proprietários rurais e às comunidades a mudança da cultura sobre o uso da água. Trabalhamos para que as pessoas entendam a importância de preservar as nascentes e fazer o uso consciente da água”, explicou Nepomuceno.

Ainda segundo o representante da Kinross, as nascentes são cercadas impedindo a entrada de animais e a compactação do solo pelo pisoteio. Com as cercas e o monitoramento constante, o desmatamento é minimizado, fazendo com que ocorra maior infiltração da água de chuva no solo e, consequentemente, a recarga dos aquíferos.

Mudança de perfil

O acúmulo maior de água no período de chuvas vem mudando o perfil econômico das famílias envolvidas, já que a disponibilidade hídrica nas estações secas foi ampliada, permitindo que a produção agrícola, a pecuária e o próprio consumo das famílias que residem nessas áreas ocorram ao longo de todo o ano, o que antes do projeto não acontecia no período da seca.

“Os efeitos positivos do projeto são muitos. Os produtores perceberam que, ao preservar e recuperar as nascentes, muitas que estavam secando agora estão com um bom volume de água. Este resultado gera um ciclo positivo e desperta o interesse de outros produtores em participar do projeto. Eles viram que, ao longo dos anos, as nascentes podem ser recuperadas e que o benefício de ter a água disponível na estação seca é enorme. Com a maior oferta de água, a produção agrícola das famílias cresceu, gerando maior renda”.

Na região de Paracatu, vários produtores foram favorecidos e hoje cultivam ao longo de todo o ano milho, arroz, feijão, frutas e hortaliças.

Desde que foi iniciado, em 2011, o projeto contemplou 116 proprietários rurais. Ao todo, ocorreu a conservação e proteção de 202 nascentes, garantindo o aumento do volume de água para a região. São 1.176 hectares de área protegida e mais de 80 quilômetros de cercas construídas.

O biólogo e especialista em gestão ambiental, educação ambiental, gestão de cidade e planejamento urbano e presidente da ONG Mover, Antônio Eustáquio Vieira, atua na orientação e monitoramento das áreas protegidas. Ele explica que os benefícios da preservação são para toda a comunidade.

“O produtor que participa do projeto aprende que é importante que as nascentes sejam protegidas. É um trabalho que vai além da conscientização, é de convencimento. Quando se protege, beneficia a produção e a melhor qualidade da água. Atendemos casos em que faltava água nas propriedades no período da seca e, hoje, o volume do recurso é suficiente para abastecer as famílias e irrigar a produção agrícola”. A Mover e a Kinross já firmaram parceria para mais três anos de projeto. No período, deverão ser construídos 45 quilômetros de cercas, protegendo mais nascentes.

Faemg


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