Funcionários do Restaurante Popular anunciam paralisação

Alessandro Emergente

Sem receber os salários por falta de repasses pela prefeitura de Alfenas, os funcionários do Restaurante Popular (RP) anunciaram, para esta terça-feira, uma paralisação. Um grupo de funcionárias foi a Câmara Municipal, durante a sessão legislativa de segunda-feira, para pedir apoio dos vereadores.

A paralisação no RP começou na noite dessa segunda-feira, quando seria servido o jantar. Para esta terça-feira, os funcionários pretendem continuar a paralisação e realizar um protesto devido ao não repasse de recursos pelo município, o que tem provocado atraso nos salários.

Durante a reunião da Câmara, Maria de Fátima Ribeiro, uma das funcionárias do RP, usou a tribuna para explicar a situação. A preocupação é com demissões e até com o fechamento do RP caso o município não efetue os repasses para manutenção do serviço.

Fotos: Alessandro Emergente 

Segundo Maria de Fátima, uma comissão de funcionários se reuniu com o prefeito Maurílio Peloso (PDT) na última sexta-feira e a resposta – segunda ela – foi de que o município não possui verbas “no momento”.

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Da plateia, uma outra funcionária, Daniele Patrícia, se manifestou afirmando que o prefeito teria dito ainda que o RP gera um prejuízo de R$ 40 mil mensais aos cofres do município.

Intermediação

O presidente da Câmara Municipal, Hemerson Lourenço de Assis (Sonzinho/PT), anunciou uma comissão especial para intermediar a situação junto a administração municipal. A comissão tentará um encontro com representantes do governo no início da tarde desta terça-feira. 

Vários vereadores se manifestaram favoráveis aos funcionários do RP. Um dos discursos mais fortes foi o do petista Vagner Morais (Guinho) que lembrou a dificuldade, na gestão passada, para conseguir implantar o RP em Alfenas, inaugurado em 2010. 

O petista fez duras críticas dizendo que caso o atual prefeito não consiga manter o serviço implantado na gestão passada, o mesmo deve procurar a imprensa para dizer: “eu não nasci para ser prefeito”. “Mexer com esse homem (prefeito) está difícil. Ele não sabe administrar”, provocou.

Sugestão de convênio

O peemedebista disse que fechar o RP na “atual conjuntura” é inconcebível, uma vez que atende pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). Sugeriu um convênio com o Cislago (Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Municípios da Região dos Lagos do Sul de Minas Gerais) ou outro consórcio intermunicipal para a manutenção do RP. 

O líder do prefeito na Câmara Municipal, Francisco da Cunha Rodrigues Neto (Prof. Chico/PDT), negou que a intenção seja o fechamento do RP e disse que a administração deve efetuar o pagamento nesta terça-feira, uma vez que a nota fiscal não tinha chegado. O argumento foi fortemente criticado pelas funcionárias que estavam na plateia.

Pouco antes do início da sessão, na entrada da Câmara, a comissão de funcionárias do RP conversou com o secretário de Meio Ambiente e Agricultura, John Strauss, que havia feito a mesma alegação. Uma das funcionárias contestou a informação dizendo que a nota foi enviada para a prefeitura no início de agosto.

Aprovados

Durante a sessão três projetos de lei foram aprovados, sendo dois deles em primeira votação. Um deles barra o som elevado nos carros pelas ruas de Alfenas e o outro restringe o uso de jalecos e aventais, pelos profissionais da área da saúde, fora do ambiente de trabalho. 

Em votação final, os vereadores aprovaram o projeto de lei que autoriza isenção por até cinco anos de ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) à empresas de base tecnológica com atividades voltadas para educação que se instalarem em Alfenas.

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