Postado em terça-feira, 24 de agosto de 2010
Ex-candidato usa tribuna e propõe plebiscito para local da Parada LGBT
Pedrinho da Telemensagem usou a tribuna da Câmara para propor um plebiscito para definir o local da Parada LGBT.
Alessandro Emergente
As atenções, durante a sessão legislativa desta segunda-feira, voltaram-se para o uso da tribuna livre. Muitos ativistas e simpatizantes do movimento LGBT foram até a Câmara para acompanharem a fala do ex-candidato a deputado federal Pedro Azevedo (Pedrinho da Telemensagem) que propôs a realização de um plebiscito para definir o local da Parada LGBT.
O discurso de Pedrinho foi marcado pelas contestações da platéia, composta em grande parte por simpatizantes do movimento LGBT. Eles chegaram a vaiar e interromper a fala de Pedrinho que, em determinado momento, na tentativa de obter silêncio voltou-se para o público e perguntou se ele podia continuar falando. Da platéia, os ativistas responderam que não. Em outro momento, chegou a pedir à presidência da Câmara que exigisse ordem.
Pedrinho contestou a Parada LGBT enquanto uma manifestação e a classificou como “uma grande rave”. “A Parada Gay virou festa, virou baderna”, declarou.
A argumentação de Pedrinho é de que se trata de um evento e não uma manifestação. Chegou a questionar eventos pagos durante a Semana Sul Mineira da Diversidade Sexual, a qual integra a Parada Gay, mas foi interrompido pelo presidente da Câmara, Jairo Campos (Jairinho/PDT), para que se limitasse ao assunto para o qual fez a inscrição para a tribuna livre. Ou seja, o local da Parada.
Ao usar a tribuna, Pedrinho lançou a ideia de se realizar um plebiscito para definir o melhor local para a Parada LGBT. “Deixa o povo escolher. Se o povo falar que vai ser na Praça Getúlio Vargas (PGV) eu me calo”, disse.
A ideia de plebiscito foi elogiada pelo vereador Eneias Rezende (PRTB) que disse não ser contra a manifestação, mas afirmou ser favorável a consulta a população. Ele lembrou ter sido contrário ao aumento do valor autorizado para subvenção social para o MGA (Movimento Gay de Alfenas) que cresceu cerca de 700%, passando de R$ 6 mil (em 2009) para cerca de R$ 44 mil (em 2010).
Pedrinho disse que a mudança do local da Parada LGBT é um desejo de grande parte da população e citou como exemplo o resultado de uma enquete do Alfenas Hoje, em julho do ano passado, em que mais de 80% dos votos manifestaram-se favoráveis a mudança do local.
O ex-candidato cobrou dos vereadores que saíssem “de cima do muro” e falassem sobre o assunto. Enéias chegou a questionar o vereador Hesse Luiz Pereira (PSDB), morador do entorno da PGV, sobre sua opinião, mas o tucano preferiu não entrar na polêmica.
Antes de Pedrinho usar a tribuna, o vereador Sander Simaglio (PV), idealizador da Parada LGBT, leu vários ofícios em apoio ao movimento. Ao referir-se a Pedrinho, o vereador disse se recusar a pronunciar seu nome.
Outros Assuntos
Os vereadores confirmaram, em 2º turno, o projeto que altera a Lei nº 3.933/2006, que concede a remissão parcial dos créditos tributários e fiscais relativos às contribuições de melhoria dos bairros Vila Santa Luzia, Jardim Primavera e Recreio Vale do Sol. O projeto estende os efeitos da Lei até dezembro de 2011.
O projeto de resolução que especifica a previsão de gasto da Câmara para 2011 foi apresentado nesta segunda e será votado, em 1º turno, nesta terça-feira. A prefeitura tem até 30 de agosto para enviar a Câmara a proposta de orçamento do município para 2011. Na proposta deve constar o detalhamento das despesas da Câmara, por isso a urgência na votação do projeto de resolução. A imprensa ainda não teve acesso ao projeto.
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