Abandono mantém avenida fechada por moradores

Alessandro Emergente
Henrique Higino

Um trecho da avenida Lincoln Westin da Silveira, no bairro Campos Elíseos, foi fechada pelos moradores há quatro meses e continua interditada, sem uma solução definitiva por parte da prefeitura. Os moradores reivindicam a pavimentação asfáltica da avenida e a limpeza dos matos, que, segundo eles, estão sendo tomados por cobras e até escorpiões.

A avenida foi cercada por arame farpado, moirões e entulho. Até uma bananeira nasceu no obstáculo colocado pelos moradores.

A cerca colocada no local impede a passagem de veículos. Apenas um pequeno espaço ficou disponível para a passagem de motos, bicicletas e pedestres. “Deixamos um espaço para que o pessoal que faz coleta de material reciclável possa passar”, explica Paulo Arimatéia, morador do bairro e um dos responsáveis pelo fechamento da rua”.

Ele conta que a medida foi necessária após a população reivindicar a pavimentação do local e não obter “nenhuma resposta da prefeitura”. O fechamento da rua, segundo Arimatéria, às vezes causa conflito entre motoristas que insistem em passar pelo local e moradores que querem que a rua permaneça fechada. “Tem gente que desce do carro e tenta arrombar a cerca, mas o pessoal não deixa”.

Para Arimátéa, está foi a única solução encontrada pelos moradores para ficar livre da poeira, umas da queixas da população, que reclama também do mato alto no local. “Aqui as crianças convivem com cobra e escorpiões que foram encontrados no mato”, afirmou.

Para a aposentada Maria Aparecida de Carvalho, 73 anos, “é muito ruim morar no bairro”. Para ela, não há nenhum serviço de melhoria feito pela prefeitura e as crianças não tem nenhuma opção de lazer. “Tem que dar um jeito de melhorar aqui. Eu moro neste bairro porque não tenho opção”, desabafa.

A aposentada defende o fechamento da rua. Para ela, foi à única maneira de controlar a bronquite. “Quando passava carro aqui não agüentava a poeira, quase morria, única coisa boa foi fechar essa rua”, acredita.

Para o aposentado Geraldo Balbino, que reside há 20 anos no bairro, “só Deus para ajudar”. Ele reclama que políticos aparecem no local apenas em época de eleição e que depois esquece do bairro. Ele, que já viu cobra urutu na rua, não vê uma solução a curto parazo e reclama: “A coisa aqui ta feia”.

Pavimentação

De acordo com o Secretário de Desenvolvimento Urbano, Antônio Anchieta de Brito, através da assessoria de imprensa, na próxima semana o trânsito será liberado no local e a rua vai receber manutenção com máquinas.

Disse que a verba para o asfaltamento do trecho, assim como para toda a extensão da avenida, já foi liberada pelo Governo Federal. Faz parte do projeto URIAP 2, de revitalização dos córregos. Não informou, porém, a data do início do asfaltamento.