Postado em quinta-feira, 6 de abril de 2017
às 23:11
Atualizada em sábado, 8 de abril de 2017
às 11:54
Professores decidem suspender greve a partir do dia 17
O retorno às salas de aulas está marcado para o dia 17, após o feriado da Semana Santa. Porém, o movimento mantém o “estado de greve”.
Da Redação
Os professores da rede estadual decidiram suspender a greve e retornar as salas de aulas a partir do dia 17. A decisão foi tomada em assembleia geral, na última quinta-feira em Belo Horizonte, e na tarde de sexta-feira os professores, que atuam em escolas de Alfenas, se reuniram na Praça Getúlio Vargas e a maioria decidiu seguir a decisão tomada em assembleia.
Um dos objetivos do movimento ao convocar a reunião na Praça Getúlio Vargas era atrair pais e alunos para que acompanhem a tomada de decisão e compreendam os objetivos da greve. Porém, poucos pais compareceram. Uma das pautas do movimento não atinge somente a categoria. É a luta para que o Congresso Nacional rejeite a reforma da Previdência, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB).
Em assembleia geral, realizada na quinta-feira em Belo Horizonte, os professores decidiram pela suspensão da greve a partir do dia 17, logo após a Semana Santa. Porém, apesar do retorno às aulas, a categoria manterá o “estado de greve”, uma vez que algumas reivindicações com o Governo do Estado ainda estão em negociação, além da proposta de emenda constitucional (PEC 287) não ter sido votada ainda. No próximo dia 28 está prevista uma paralisação nacional contra a PEC 287.
Avaliação sobre o Movimento
Nas redes sociais, a sindicalista Beatriz Cerqueira, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), fez uma avaliação sobre o movimento grevista. Lembrou que o Governo Temer contava com a aprovação da PEC 287 pela Câmara dos Deputados já no início de abril. Porém, a pressão popular fez vários parlamentares recuarem e retirarem seus apoios ao projeto.
“A greve não foi de categoria, é de classe! Não é de escola, é da rua! Voltamos a conversar com pais para além das questões relacionadas aos seus filhos, enfrentamos o debate e estamos vencendo. Por isso, hoje não há calendário de votação da PEC 287”, postou a sindicalista.
Com a perda de apoio no Congresso Nacional a PEC 287, Temer recuou da proposta original e autorizou o relator da PEC, deputado Arthur Maia (PPS-BA), a flexibilizar alguns itens da proposta como a retirada de professores e policiais da regra geral assim como a aposentadoria rural.
Além da luta contra a reforma previdenciária, os professores também reivindicam o cumprimento de um acordo assinado pelo governador Fernando Pimentel (PT) de cumprimento do piso nacional da categoria. Em janeiro, houve um reajuste de 7,64%.
A proposta do Governo de Minas é encaminhar, até junho, um projeto de lei à Assembleia Legislativa para autorizar o reajuste. Os valores retroativos seriam pagos de forma parcelada a partir de 2018.
Reposição
Sobre a reposição das aulas, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) informou que as aulas perdidas em função da greve deverão ser repostas. Para isso, será definido um calendário de reposição por cada escola em conjunto com o seu colegiado. Esse documento deverá ter o aval da SEE/MG para que não haja prejuízo aos dias letivos.
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