Postado em quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
às 23:11
Escola da Ponte vira modelo para nova versão do programa “Cidade Escola”
Autonomia no aprendizado e na construção do próprio currículo. É essa a proposta da nova versão do programa “Cidade Escola”.
Alessandro Emergente
Autonomia no aprendizado e na construção do próprio currículo. É essa a proposta da nova versão do programa “Cidade Escola”, que busca inspiração num modelo alternativo de ensino, a Escola da Ponte, em Portugal.
O programa é visto pelo novo governo como a principal iniciativa, buscando atingir um público que vai além dos muros escolares. As ações não se limitarão apenas aos alunos matriculados na rede pública e particular de ensino. Mesmo quem não frequenta mais a escola também poderá participar das ações do programa.
Na avaliação do vice-prefeito, Eliacim do Carmo Lourenço (PCdoB), que também é educador, levar as ações do “Cidade Escola” para além dos “muros da escola” é a grande inovação.
As atividades serão abertas a qualquer membro da comunidade que se interesse por ampliar o conhecimento. O governo ainda não tem o cálculo exato, mas pelas projeções cerca de 20 mil pessoas deverão se envolver com as ações do programa, incluindo atividades de ensino, cultural, esportivas e de lazer.
O prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT), que recebeu a reportagem do AH no seu segundo dia à frente do governo, explicou que o programa vai conectar as diferentes redes de atendimento, incluindo programas como os PSFs (Programas Saúde da Família) e Cras (Centro de Referência de Assistência Social), por exemplo.
Escola da Ponte
A nova versão do programa “Cidade Escola” busca inspiração na Escola Básica da Ponte, uma instituição pública de ensino em Portugal. A instituição, criada em 1976, priorizou a autonomia dos estudantes na busca pelo conhecimento, possibilitando a ele a construção da própria trajetória de aprendizado.
“As crianças que sabem ensinam as crianças que não sabem. Isso não é exceção. É a rotina do dia a dia. A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de solidariedade”. O raciocínio, do educador Rubem Alves (autor do livro "A Escola com que Sempre Sonhei sem Imaginar que Pudesse Existir"), resume um pouco o modelo adotado.
Segundo o projeto educativo, a escola tem como pedagogia o “Fazer a Ponte”, que visa a formação de pessoas autônomas, responsáveis, solidárias, mais cultas e democraticamente comprometidas na construção de um destino coletivo e de um projeto de sociedade que potencialize a afirmação das mais nobres e elevadas qualidades de cada ser humano.
Estratégia
Em dezembro, Luizinho, acompanhado de sua equipe, realizou uma conferência, via Skype, com o educador português José Pacheco. Foi um dos passos para adequação da ideia para construção do novo programa.
O projeto “Cidade Escola” tem sido construído a partir da concepção da Escola da Ponte, fugindo do modelo tradicional. Ao invés do espirito competitivo, a ideia do projeto é potencializar o conceito de solidariedade entre as pessoas.
O conhecimento adquirido no decorrer da vida é valorizado e serve como indutor para as temáticas e conteúdos. A ideia é somar integradores culturais e educadores formais num processo amplo de aprendizagem.
As ações culturais e de lazer também integram as ações do programa como forma de estimular as relações sociais. Carlos Virgílio Saggio (Padre Saggio) é o responsável pela coordenação das atividades festivas. Estão previstas apresentações culturais semanais.
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