Postado em sábado, 16 de maio de 2015 às 21:45

Versão de tio que matou sobrinho é apresentada à imprensa pela defesa

A versão do comerciante que confessou ter assassinado o sobrinho, foi apresentada pelo advogado de defesa Joselito de Souza.


 Da Redação

A versão do comerciante Antônio dos Reis (Toninho do Supermercado), 56 anos, que confessou ter assassinado o sobrinho, foi apresentada essa semana à imprensa pelo advogado de defesa Joselito de Souza (Lito). Toninho Reis, que também era padrinho da vítima, se apresentou a Polícia Civil na última quarta-feira (13) e responde o inquérito em liberdade, segundo seu advogado.

No dia 20 de abril, o corpo de Carlos Donizete dos Reis, 48 anos, foi encontrado no início da estrada que liga o Residencial Teixeira ao bairro rural São Tomé. O homem foi morto com golpes na cabeça e depois abandonado no local, dentro de um saco plástico. 

Mais de três semanas depois, Reis, acompanhado de seu advogado, resolveu se apresentar à Polícia Civil, oportunidade que confessou o crime. Segundo Lito, Toninho Reis será indiciado no inquérito e responde a acusação em liberdade.

A vítima era usuário de drogas e tinha passagens pela polícia. Segundo Lito, entre as ocorrências policiais está, inclusive, uma relacionada a Lei Maria da Penha.

Sem intenção de matar

Na análise do advogado de Reis, o crime deve ser especificado como lesão corporal seguida de morte, uma vez que seu cliente não teve a intenção de matar o sobrinho. Disse que os golpes desferidos por Reis com um pedaço de madeira foram sob forte “explosão emocional” em um momento de tensão. “Ele perdeu o controle (emocional)”, afirmou.

De acordo com Lito, o sobrinho, usuário de crack, sempre pedia dinheiro ao tio, que acabava atendendo. Em algumas situações, sustenta o advogado, chegava a fazer “vexame” em frente o supermercado de Reis para conseguir os valores financeiros.

Dia do crime

Na manhã de domingo (19 de abril), data do crime, Reis se deparou com o sobrinho na feira livre. Mais uma vez foi solicitado dinheiro ao comerciante. Dessa vez, a vítima teria mostrado um bilhete com ameaça de traficantes devido a uma dívida de R$ 5 mil. O bilhete como os dizeres “O gato matou o rato”, encontrado com a vítima, teria sido mostrado a Reis na ocasião. 

Carlos Donizete a vítima e Toninho Reis que confessou o assassinato (Fotos: Arquivo e Reprodução/Minas Acontece)

De acordo com a versão apresentada, Reis chegou a oferecer R$ 10 ao sobrinho, que aceitou. Ao terminar a feira, Reis seguiu para o seu comercio e encontrou o afilhado gritando na porta do estabelecimento.

Segundo a versão, o rapaz estava alcoolizado e, após uma breve discussão, pediu para que o tio o levasse para a casa de sua mãe. No caminho, dentro do carro, o sobrinho do comerciante teria sacado uma faca e dito para Reis seguir para sua residência, onde encontraria “muito dinheiro guardado”.

Na residência de Reis, o comerciante chegou a oferecer o troco da feira, mas o sobrinho exigiu que fosse passado a ele pelo menos R$ 1 mil. Em determinado momento, o afilhado, com a faca em punho, teria se desequilibrado em uma escada e Reis aproveitou para bater a porta, atingindo o sobrinho.

Segundo Lito, o rapaz caiu, levantou-se e em seguida foi em direção ao tio dizendo: “hoje nós vamos acertar”. Nesse momento, Reis teria corrido para um outro cômodo e pegado um pedaço de madeira e, com ele, desferiu golpes contra o afilhado. O advogado diz que seu cliente agiu sob forte emoção devido há anos convivendo com os problemas, causados pelo sobrinho.

Ainda segundo o criminalista, após o crime, por volta das 15h daquele domingo, Reis levou o corpo dentro de um saco para um local onde pudesse ser encontrado. Depois disso, passou a ficar deprimido e resolveu se entregar a polícia. Para o advogado, Reis praticou a conduta dentro de uma legitima defesa e não tinha intenção de matar o sobrinho. 

O advogado Joselito de Souza (Lito) e o local onde o corpo
foi encontrado (Fotos: Alessandro Emergente/Arquivo e Reprodução/Alfenas News)



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