Postado em domingo, 5 de abril de 2015 às 23:34

Após “bate boca”, ex-ministro receberá moção de aplausos da Câmara de Alfenas

A moção foi proposta por Guinho e aprovada pelo plenário da Câmara Municipal.


 Alessandro Emergente

O ex-ministro da Educação Cid Gomes protagonizou no dia 18 de março uma das cenas mais curiosas da política nacional recente. Chamado ao Congresso Nacional para se explicar de declarações que dificultaram a já difícil articulação política do governo Dilma Rousseff com sua base política na Câmara dos Deputados, o então ministro reforçou a crítica e promoveu um verdadeiro “bate-boca” com os congressistas. Saiu de lá demitido.

O então ministro, filiado ao PROS, havia dito a estudantes no Pará que havia “uns 400, 300 achacadores na Câmara dos Deputados”. A expressão refere-se a quem, por meio de intimidações e ameaças, pratica extorsão. Foi dita numa referência aos congressistas que votam com o governo somente após satisfeitas as suas exigências, a famosa troca de favores na política.

O comportamento do ex-ministro chamou a atenção do vereador Vagner Morais (Guinho/PT) que decidiu propor a moção de aplausos, aprovada na sessão legislativa do último dia 30. O petista classificou a ação do ex-ministro como corajosa ao “falar a verdade” durante a sua ida ao Congresso Nacional.

“Parabenizamos Cid Gomes pelo seu enfrentamento aos parlamentares da base do governo pela sua coragem ao assumir sua fala, feita de forma pessoal e reservada, não pública, ao dizer a verdade sobre a ´existência no Congresso de 300 ou 400 achacadores´, que se aproveitam da fragilidade do governo”, diz o vereador ao justificar a moção.

Ida ao Congresso

Durante a sua ida ao plenário da Câmara dos Deputados, Cid Gomes confirmou as críticas e disse que não iria se desculpar com quem vestisse a carapuça. Chegou a dizer que os infiéis deveriam “largar o osso” e ainda apontou o dedo para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ).

“Eu fui acusado de mal educado. O ministro da Educação é mal educado. Pois muito bem. Eu prefiro ser acusado por ele de mal educado de ser como ele, acusado de achaque”, atacou o ex-ministro da Educação Cid Gomes, referindo-se ao presidente da Câmara dos Deputados.

Na análise do jornalista Kennedy Alencar, do portal IG, Rádio CBN e SBT, a ação do então ministro foi uma estratégia de projeção política junto à opinião popular, uma vez que a imagem do Congresso Nacional não é positiva. Cid teria avaliado que, com o governo fragilizado politicamente e com o possível fortalecimento do PMDB na base de aliados, a melhor alternativa era deixar o governo. Cid e o irmão Ciro Gomes são críticos do PMDB, partido no qual os irmãos já estiveram filiados.

O ex-ministro Cid Gomes ao usar a tribuna da Câmara dos Deputados no último dia 18 (Foto: Reprodução/TV Globo)



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