Postado em quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015 às 08:49

Crise de água e energia derruba lucro

Os primeiros levantamentos sobre as perdas feitos pela FAEMG mostram que a queda na produção de leite em Minas.


 De FAEMG

São José da Varginha – Há dois anos, José Vicente da Silva, dono de uma pequena propriedade rural em São José da Varginha, a 100 quilômetros de Belo Horizonte, comprou cinco novilhas na expectativa de aumentar o lucro na fazenda com a produção de leite, mesmo que em pequena escala. Há poucas semanas, contudo, em razão da forte estiagem que castiga todo o país, precisou vender os animais, pois o capim está seco, o que eleva o custo com a alimentação das vacas. “Não tive outra escolha”, desabafou. O lamento dele é ouvido em todos os cantos de Minas Gerais.
 
Os primeiros levantamentos sobre as perdas feitos pela FAEMG mostram que a queda na produção de leite em Minas chegou a dois dígitos no comparativo do ano passado com 2013. “Varia de 5% a 20%, dependendo da região, mas lembrando que são dados preliminares”, informou Rodrigo Alvim, diretor da Faemg. Ele recorda que o pasto seco também atingiu a pecuária de corte, pois, em razão da seca, houve redução na quantidade de bezerros nascidos vivos. “As vacas, no ano passado, não entraram no cio.”
 
Nos cálculos da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais), a estiagem fez o estado perder R$ 3,37 bilhões em vendas não concretizadas de café, milho, soja e feijão. A escassez de chuvas já chegou às nascentes de muitos cursos d’água.

Vale lembrar que até a principal fonte do Rio São Francisco secou em outubro de 2014 – a água voltou a jorrar no local só no fim do ano. A estiagem mudou a paisagem de várias regiões do Brasil e causa reflexos financeiros nos plantéis dos criadores, principalmente nos pequenos, que não têm dinheiro suficiente para abrir poços e contratar caminhões-pipa. A falta d’água, aliada a investimento insuficiente por parte do poder público em infraestrutura, ameaça a geração de energia elétrica.
 
Em São Sebastião do Oeste, por exemplo, a falta de energia elétrica causou uma mortalidade nas granjas de frango do pequeno município, a 150 quilômetros de Belo Horizonte. Produtores estimam que perto de 10 mil aves morreram em cerca de duas horas devido ao calor intenso – as granjas precisam de ventiladores e nebulizadores para manter a temperatura em torno de 20 graus para os frangos com idade próxima ao abate (45 dias de vida). O prejuízo dos produtores do município gira em torno de R$ 120 mil.
 
 



DEIXE SEU COMENTÁRIO

Caracteres Restantes 500

Termos e Condições para postagens de Comentários


COMENTÁRIOS

    Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos autores.

     
     
     
     

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Informamos ainda que atualizamos nossa

Estou de acordo