Postado em sábado, 10 de janeiro de 2015 às 16:53

Após crítica de articulista do “Estadão”, Unifal muda edital para vagas de Medicina

Para o especialista, o edital original burlava a Lei das Cotas. Mudança foi feita dois dias após a publicação do artigo.


 Alessandro Emergente

Um artigo, publicado na última quarta-feira (7) no portal do Estadão, fez com que a Unifal (Universidade Federal de Alfenas) mudasse rapidamente as regras de acesso às vagas do curso de Medicina por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). As críticas referiam-se as “notas mínimas” através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o que prejudicaria, principalmente, os cotistas.

As críticas ao edital original foram feitas no Blog do Mateus Prado. Apenas dois dias após a publicação do artigo, a Universidade emitiu um comunicado oficial, mudando as notas mínimas para o ingresso ao curso de Medicina.  

O artigo que provocou a mudança teve como título “Unifal burla cotas em Medicina” (clique aqui e leia na íntegra). Nele, Prado alegava que as regras para quem concorresse à Medicina este ano, por meio do Sisu, burlavam a “Lei das Cotas”.  

Segundo o especialista, o edital “praticamente” inviabilizava que alunos cotistas preenchessem os 50% das 60 vagas oferecidas para o curso. O problema referia-se as “notas mínimas”. Por exemplo, para concorrer a uma vaga de Medicina, o aluno cotista teria que obter, pelo menos, a pontuação 700 em Linguagem. Essa pontuação correspondeu, em 2013, a um acerto de quase 90% das prova – ou seja, 40 de 45 questões. 

Artigo apontava erros no edital do processo seletivo (Imagem: Reprodução/Estadão)

Em Ciências da Natureza a nota mínima exigida era de 750 e, para Ciências Humanas, 700. Nestes casos, representaria 35 e 33 acertos, respectivamente. O articulista aponta que esses acertos podem ser ainda maiores “se considerado que a nota, das quatro provas objetivas do Enem, é dada por desvio padrão”.

Na avaliação de Prado, a maioria das Universidades não faz a “menor ideia do significado” das notas do Enem. “E, neste caso, da Unifal, serão prejudicados os alunos cotistas e todos os demais alunos que não foram abençoados com tantos acertos em Linguagens. Tenho dúvidas, e muitas, se a Unifal conseguirá encontrar 60 alunos que, ao mesmo tempo, tenha o perfil exigido pelo Edital e que estejam dispostos a estudar nesta Universidade. Mesmo alunos não cotistas”, alertava antes da mudança.

Mudança

Na sexta-feira (9), a assessoria de comunicação da Unifal encaminhou ao articulista uma mensagem na qual agradecia o alerta e reconhecia um equívoco em relação às notas mínimas exigidas no edital do processo seletivo. No mesmo dia, a mudança foi publicada no site da Universidade. A prova de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias passou a ter nota mínima 500, assim como mudanças na exigência da pontuação em outras provas.

Prado é graduado em Ciências Sociais e Gestão de Políticas Públicas pela USP (Universidade de São Paulo) e, em 2000, fundou a ONG Henfil Educação e Sustentabilidade, onde é presidente de honra, à frente de projetos como o “Cursinho Comunitário Henfil” e a revista Glocal. Também oferece assessoria pedagógica a escolas como especialista no Enem e é autor de materiais didáticos, como o Guia Prático Enem.



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