Vereador defende apoio financeiro para Carnalfenas e Velório do Carneiro

 Alessandro Emergente

O vereador Vagner Morais (Guinho/PT) defendeu em plenário, durante a sessão legislativa de segunda-feira, que a prefeitura de Alfenas ajude financeiramente os organizadores de grandes eventos festivos na cidade, como o Carnalfenas e o Velório do Carneiro.  

A manifestação do parlamentar foi após o Alfenas Hoje mostrar, no último domingo, que esses dois eventos podem estar recolhendo menos impostos para o município devido o sistema de cobrança adotado pela prefeitura. O caso foi levado ao plenário na semana anterior pelos vereadores Antônio Carlos da Silva (Dr. Batata/PSB) e Elder Martins (PROS).  

Ao justificar o seu posicionamento, o petista disse que o Carnalfenas e o Velório do Carneiro geraram cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos e que Alfenas passa por um período de falta de investimentos, o que tem gerado desemprego na cidade. “Seria até interessante o prefeito dar uma ajuda financeira para eles para que façam essas festas e não cobrar mais impostos”, declarou. 

Para Guinho, a política de cobrança tributária se justificaria em “outros tempos”, referindo-se a gestão passada, quando, na avaliação dele, havia maior oferta de empregos. Disse que chegou, inclusive, a cobrar a instalação de catracas eletrônicas, mas entende que esta estratégia não seja prudente no atual momento, em que a economia local depende da injeção de recursos provocados por esses eventos.

Em novembro do ano passado, o coordenador-geral do DCE/Unifal (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Alfenas), Antônio Augusto Garcia Veríssimo, o PC, usou a tribuna da Câmara Municipal para acusar os responsáveis pelo Carnalfenas de trabalho informal, ou seja em desacordo com a legislação trabalhista. O líder estudantil é filiado ao PT, mesmo partido de Guinho.

Líder do governo

Pouco antes, o líder do governo, José Luiz Bruzadelli (PSDB), disse que o quantitativo necessário de catracas para dar vazão a um público de cerca de 20 mil, custaria aos cofres públicos cerca de R$ 450 mil. Segundo ele, seriam necessários 30 catracas ao custo unitário de R$ 15 mil.

De acordo com Bruzadelli, esse gasto é considerado inviável pelo governo devido à existência de outros investimentos prioritários. Afirmou que a equipe de governo começou a discutir a possibilidade de exigir dos promotores de eventos a obrigatoriedade de instalação das catracas eletrônicas. 

Bruzadelli disse que a administração municipal reconhece o alto custo do investimento para os empresários e, por isso, seria necessário estabelecer um período de redução da alíquota de ISS (Imposto sobre Serviços). Este período de redução tributária teria, segundo ele, que ser discutido com a Câmara Municipal para encontrar uma fórmula viável.

Sobre a geração de empregos por parte desses eventos, o líder do governo concorda com o posicionamento do vereador petista. Porém, afirmou que é preciso avaliar não somente o impacto positivo dos eventos, mas também os negativos.

Bruzadelli citou que o “estrago” na saúde pública, por exemplo, é algo “absurdo”, citando que os índices de criminalidade, de acidentes e até de consumo de drogas aumentam em virtude dos eventos. “Nós temos que avaliar os prós e os contras”, declarou.