Postado em segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
às 07:56
Copasa vira alvo de reclamações em vários municípios por cobrança abusiva
Uma série de denúncias contra a atuação da Copasa em municípios do interior do Estado veio à tona.
Da Redação
Uma série de denúncias contra a atuação da Copasa em municípios do interior do Estado veio à tona na semana passada durante uma audiência pública em Belo Horizonte. Vereadores de Alfenas participaram do encontro que reuniu 20 cidades das diferentes regiões do Estado.
Audiência pública foi realizada em conjunta pelas comissões de Participação Popular, de Assuntos Municipais e Regionalização e Extraordinária das Águas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A Comissão das Águas chegou a agendar uma audiência pública em Alfenas, mas a pedido de outras comissões cancelou o encontrou unificando a pauta no encontro em BH. A informação é do deputado estadual Pompilio Canavez (PT), que havia solicitado a audiência em Alfenas.
Em BH, na última quinta-feira, representantes de municípios de todo o Estado, a maioria vereadores, lotaram as dependências do auditório Salão de Chá, na Assembleia.

No início da semana, vereadores como Waldemilson Bassoto (Padre Waldemilson) e José Carlos Morais (Vardemá), ambos do PROS, comentaram sobre a audiência pública. Os vereadores têm questionando o serviço da concessionária.
Em agosto, uma pesquisa, realizada pela Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), apontou Alfenas com o maior índice de poluição em todo o Lago de Furnas. O pior é que o esgoto in natura (sem tratamento), pago pelos consumidores nas contas da Copasa (Companhia de Abastecimento de Minas Gerais), é o maior causador da poluição.
"Sempre a mesma história"
Durante a audiência pública, Pompilio lembrou que havia solicitado a realização de audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais, com o mesmo objetivo, em Alfenas. “Mas esse encontro poderia acontecer em outras regiões do Estado, em cidades em que já estivemos. A história é sempre a mesma: a preocupação da comunidade com a qualidade dos serviços prestados, às vezes inexistentes, e o preço alto da tarifa”, criticou.

sobre concessionária de água e esgoto (Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)
“A Copasa é uma empresa do povo e precisa trabalhar bem e ser remunerada por isso, mas não é isso que está acontecendo. Pelo contrário, ela não dá satisfação de nada. É preciso mais transparência nas relações da Copasa com os municípios”, completou Pompilio.
Dezenas de representantes dos municípios fizeram reclamações semelhantes ao final da reunião, revezando-se no microfone do Auditório. Foram feitas queixas com relação à atuação da Copasa, entre outros municípios, também em Contagem (RMBH), Varginha, Alfenas, Extrema, Pouso Alegre e Guaxupé (Sul de Minas), Curvelo, Buenópolis, São Tiago, Tiradentes e Pará de Minas (Central), Paracatu (Noroeste), São Gotardo (Alto Paranaíba), Santo Antônio do Monte e Cláudio (Centro-Oeste), Jequitinhonha, Nanuque, Malacacheta e Itamarandiba (Jequitinhonha/Mucuri), Santa Maria do Suaçuí (Vale do Rio Doce) e Divino (Zona da Mata).
Saneamento é desafio de engenharia, segundo Copasa
Em resposta às críticas, sobretudo às referentes a São Sebastião do Paraíso, sob sua jurisdição, Guilherme Neto lembrou que a universalização do saneamento é uma preocupação de todos, mas, às vezes, esse trabalho representa um “desafio de engenharia”. Ele prometeu empenho em estudar, junto à direção da Copasa, soluções para todas as reclamações levantadas, mas apontou as dificuldades do trabalho realizado pela empresa no interior mineiro.
Já o diretor-geral da Arsae, Antônio Abrahão Caram Filho, lembrou que o setor de saneamento é o que foi mais tardiamente regulamentado pelo Governo Federal, apesar de ser o que requer mais investimentos, daí as dificuldades relatadas. “No saneamento não dá para operar em rede, como na telefonia ou na energia elétrica. É um projeto para cada cidade, tanto para água quanto para esgoto”, afirmou.
Antônio Caram chegou a ser vaiado ao afirmar que a responsabilidade por fiscalizar as obras da Copasa, em que valas são deixadas abertas indiscriminadamente - uma reclamação recorrente em todas as cidades que enviaram representantes -, é da prefeitura, e não da agência que comanda. “A agência não fiscaliza as obras, só o cumprimento do cronograma, mesmo assim a pedido do município. Somos uma agência reguladora de serviços”, definiu.
Com informações: ALMG

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