Setor cafeeiro projeta crescimento de 4% na safra de 2012

Samuel Mendes

A safra de café para este ano em Alfenas deve chegar 283.400 sacas de 60 kg beneficiados. O resultado esperado da colheita, iniciada em abril, será 4% a mais que o alcançado no ano passado que foi de 267 mil sacas, segundo a Emater-MG.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater-MG, Carlos Rogério, a expectativa para a safra 2012 é positiva. “Esperamos uma produtividade de 26 sacas de 60 kilos cada, por hectar de café beneficiado. Multiplicando esta produtividade pela área de produção total de Alfenas, teremos uma colheita em torno de 283.400 sacas”, informa Rogério. “Serão 16,2 mil sacas a mais que no ano passado”.

A colheita está no início e vai até setembro. A previsão é que os primeiros 2% da safra fossem colhidos em abril, mas o início efetivo começa em maio quando se prevê que serão colhidos 15% da safra. Depois disso, a previsão é que sejam colhidos 45% nos meses de junho, julho e agosto e os 8% restantes em setembro.

A colheita no tempo certo é um dos itens que proporciona a boa qualidade do café, informa o engenheiro da Emater-MG. Além disso, para uma boa colheita é importante o gerenciamento da propriedade cafeeira como, previsão da safra, levantamento de recursos materiais e financeiros, preparo da lavoura, maquinários e mão-de-obra.

Este ano, Alfenas está com uma área de 952 hectares de café em formação, ou seja, que ainda não está produzindo - é o café novo que está brotando. A área em que está sendo produzida é de 10.900 hectares. No ano passado, a área de formação era de 765 hectares e a produtiva 10.900, a mesma de 2012.

Segundo a Emater-MG, Alfenas tem 410 produtores de café, sendo 250 com propriedades de pequeno porte (com até 10 hectares), 135 de médio porte (10 a 50 hectares) e 25 grandes produtores (com mais de 50 hectares).

Baixa nos Preços

Laércio Donizete Correia, comercializador da Cooxupé em Alfenas, diz que o setor cafeeiro atravessou um período de queda na última década (de 2000 a 2010), onde o café foi comercializado “em baixa”, o que prejudicou os lucros do produtor. “A partir de 2010 os preços melhoraram, mas na segunda quinzena de janeiro de 2012 houve queda de preço. O café era (vendido a) R$ 500 e hoje está R$ 380”, comenta.

O gerente de comunicação e marketing da Cooxupé, Jorge Florêncio Ribeiro Neto, diz que o motivo da baixa nos preços está ligado às especulações financeiras em torno das commodities de um modo geral, a crise econômica nos países consumidores e a movimentação cambial interna.

Porém, Neto diz que a relação entre a oferta e o consumo está muito equilibrada e o aumento mundial do consumo continua em torno de 2% ao ano. “Fato muito positivo em relação ao preço”, explica.

A produção brasileira, segundo publicações da Conab e do IBGE, deve ser em torno de 50 milhões de sacas, inferior a de 2010. “É verdade que estamos iniciando uma safra grande, mas é preciso considerar a bienalidade da cultura, ou seja, vamos colher em 120 dias uma porção que deve abastecer o mundo 360 dias e a próxima safra vem em um ano de baixa”, comenta Neto.