Polícia Civil investiga médico de Alfenas por disparo contra homem negro

 Da Redação

A Polícia Civil está investigando um médico de Alfenas que atirou em um homem negro, no bairro Jardim São Carlos, na segunda-feira (31). O médico foi preso após atingir a vítima, que passava na rua, com fragmentos de tiro no rosto e na cabeça.

O médico Ailton José Barbosa disse à polícia que ouviu seu cachorro latir e achou que alguém tentava invadir sua casa. Ele alega que atirou ao abrir o portão, pensando ser o invasor.

Já a vítima contou que só parou na rua para esperar sua enteada e nunca viu o médico antes. Ele foi levado ao hospital para atendimento.

A polícia apreendeu a arma usada, uma espingarda calibre 28 sem registro, e prendeu o médico, que chegou a ser levado para o presídio, mas foi solto por ordem da Justiça na terça-feira (1º).

Órgãos de igualdade racial veem racismo

A Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Alfenas divulgaram uma nota repudiando o caso, afirmando que um jovem negro foi "alvejado por uma cartucheira" e que o racismo não pode ser tolerado.

Eles pedem que o médico seja responsabilizado para que isso não aconteça novamente.

Defesa nega racismo

Em entrevista à EPTV, a defesa do médico nega que tenha sido racismo. Alega que ele se sentiu inseguro após ter sido furtado várias vezes em casa. No dia do tiro, teria ouvido um barulho, pegou uma arma antiga do pai e atirou ao abrir o portão, sem ver quem estava na rua. A defesa disse ainda que vai tentar um acordo e oferecer uma indenização.

A Polícia Civil continua investigando o caso para entender o que realmente aconteceu e se houve racismo. O assunto tem causado muita discussão em Alfenas.